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Mudança “a passo de caracol”

TCN já não tem data para a mudança dos comerciantes do mercado municipal para o antigo matadouro

A mudança dos comerciantes do mercado municipal para o edifício do antigo matadouro por causa da construção do Guarda Shopping Center já não tem data. Falou-se primeiro em Julho do ano passado, depois em Setembro e logo a seguir em Janeiro. Mas tudo não passou de intenções.

É que ainda nem sequer há data prevista para a mudança. Desta vez, Pedro Neves, administrador da TCN, nem se compromete com nenhum prazo. Questionado por O INTERIOR, o responsável garante apenas que está «para breve». Tudo porque os melhoramentos têm de ser «bem pensados, de modo a que o espaço assegure aos comerciantes o menor impacto possível», justifica. Além disso, o administrador realça que as obras preparatórias estão «muito avançadas» e que se tem sido desenvolvido «um trabalho de fundo, nomeadamente ao nível da criação do “lay-out” de funcionamento». E exemplifica: «Cada edifício vai ter uma cor diferente consoante o tipo de produtos que disponibilizará». De resto, segundo Pedro Neves, «só faltam os arranjos interiores, que só podem ser ultimados quando se souber o local exacto em que cada comerciante ficará, para que as obras possam ser adaptadas às necessidades de cada um», adianta. E assegura que a mudança será efectivada imediatamente antes do início da construção do centro comercial, «cujos processos administrativos ainda estão a ser ultimados com a Câmara». O administrador da TCN recorda que a construção do novo centro comercial deverá demorar cerca de 20 meses, mas como «ainda não tem data definida, não é possível apontar, com segurança, uma data para a sua conclusão». «Em Portugal, os processos de licenciamento nos projectos de requalificação urbana não são tão simples como desejaríamos e, no caso do Guarda Mall, estão em fase terminal», garante.

«Parece que andam a brincar connosco»

O arrastar da situação começa a desagradar aos comerciantes. «Não sabemos o que havemos de pensar, estamos fartos de mentiras», atira Júlia Sobral, da Comissão de Utentes do Mercado Municipal. A comerciante acusa a Câmara de não ter «qualquer respeito» pelos vendedores. «Para conseguirmos a reunião de 25 de Setembro foi preciso deixarmos de pagar a renda», recorda, lamentando que as garantias então avançadas não tivessem sido protocoladas por escrito. Já Bruno Amaral, comerciante e membro da Comissão de Utentes, garante que, desde então, «não houve mais contactos» com a Câmara e a TCN. «Os boatos constantes da mudança estão a matar a Praça», critica, acrescentando que, na primeira semana de Janeiro, «muitas pessoas entravam e perguntavam se ainda não nos tínhamos mudado». Lamenta, por isso, o impasse: «Não nos dão informação e parece que andam a brincar connosco», acusa.

Rosa Ramos

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