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Moldura penal nos crimes financeiros

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Não desejo prisão para os crimes financeiros. Quero que vivam dez anos com o salário mínimo e de cara descoberta. Quero que nos ensinem como fazer fortuna a trabalhar, a acordar de manhã e cumprir horários rígidos, sem prémios por produção. Não quero mais que o confisco dos bens roubados ou adquiridos indevidamente. Isso o que será? Subverter contas, extorquir a famílias, enganar o Estado, construir necessidades para fazer delapidar património público e privado, enganar nas partilhas de heranças, receber prémios em empresas que os não distribuem transversalmente, não pagar impostos com truques e tramoias, falsear documentos para fins de roubo, lucrar com venda de pessoas ou de estupefacientes.

O julgamento dos crimes fiscais devia ser prioritário, ter tribunais dedicados e estar nas mãos de júris alargados para evitar os devaneios, as lucubrações histriónicas, a toleima, o livre arbítrio, a emoção ou o facciosismo de alguns juízes. Prender criminosos como os que têm destruído a finança portuguesa, os que têm delapidado o nosso património público, retira-os da exposição dos que foram roubados, dos que se sentem ofendidos. Não lhes devemos bater ou insultar mas devíamos encontrar o Salgado a servir num café, a atender numa Loja do Cidadão, a viver dez anos sem mordomias, com as dificuldades de todos. Esta moldura penal é terapêutica, ensina a vida dos que pagam as contas que ele deixou insanas, mostra-lhe como é difícil viver do salário mínimo educando filhos, pagando valores excessivos de luz e rendas. Insisto em que este é o melhor caminho. A outra vertente é criar uma estrutura de pessoas cultas, sãs, lúcidas e idosas (anciãos) que procurem os estratagemas de construção de realidade, de construção de necessidades que nos vão valendo estratégias falsas e criminais como foram a venda da TAP, a venda dos CTT, a venda da EDP, a ideia sequer de vender água.

Por: Diogo Cabrita

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