O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, esteve sábado na Guarda para anunciar a adjudicação da empreitada de modernização do troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa. A obra vai custar 52 milhões de euros e será concretizada pelo consórcio Ramalho Rosa Cobetar/Conduril e, segundo o governante, deverá estar concluída em 2019.
De acordo com Pedro Marques, esta intervenção é «uma obra importante para as Beiras como um todo», uma vez que «potencia o desenvolvimento» desta sub-região e «permitirá que se constitua como uma zona de desenvolvimento logístico importante também». Além disso, o governante disse tratar-se de «uma obra importantíssima para permitir desenvolver, a seguir, a renovação da Linha da Beira Alta». Pedro Marques sublinhou também que a reabilitação da via entre a Guarda e Covilhã é «a maior obra do investimento ferroviário da última década». Trata-se de uma obra integrada no plano Ferrovia 2020, cuja concretização permitirá a reabertura deste troço com 46 quilómetros que está encerrado à circulação ferroviária desde 2009.
Em declarações aos jornalistas, o ministro assumiu que «a expectativa neste momento é que se obtenha o visto do Tribunal de Contas num prazo de dois ou três meses, no máximo», dizendo-se convicto que os trabalhos arrancarão no primeiro trimestre de 2018. «Queremos trazer mais empresas, mais investimento e mais emprego para o interior, mas para isso temos que criar condições de acessibilidade e transporte ferroviário a partir destas regiões», afirmou Pedro Marques. Já o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) adiantou que esta intervenção contempla a renovação integral de 36 quilómetros de via e a eletrificação total do troço. A empreitada integra ainda, entre outros trabalhos, a construção da Concordância das Beiras na Guarda – que inclui a execução de uma nova ponte rodoviária sobre o Rio Diz com uma extensão de «cerca de 240 metros» –, e a reabilitação de seis pontes ferroviárias centenárias. A remodelação de estações e apeadeiros, a automatização e supressão de diversas passagens de nível, a construção de sistemas de drenagem e a execução de trabalhos de estabilização de taludes são outras obras a realizar.
«Esta intervenção, de elevada importância para a requalificação do caminho-de-ferro em Portugal, potenciará a dinamização do transporte rodoviário, a ligação a Espanha e as ligações interregionais», disse António Laranjo, acrescentando que esta é a resposta «a uma necessidade que há muito vinha sendo reclamada pelos representantes destas comunidades». O presidente da IP adiantou ainda que quando as obras estiverem concluídas a ligação ferroviária entre a Guarda e a Covilhã será feita em «cerca de 40 minutos». Álvaro Amaro considerou que este será o projeto «mais desafiante para a Guarda e para esta sub-região nas próximas décadas». «Constituir-se-á aqui uma grande plataforma ferroviária», reforçou o presidente da autarquia.
Por sua vez, Vítor Pereira, autarca covilhanense, disse ser fundamental que a região «tenha uma infraestrutura como esta, sobretudo ao serviço das empresas e dos nossos concidadãos que bem precisam dela». Questionado pelos jornalistas se apoiará a ambição do edil guardense em criar uma plataforma ferroviária na confluência entre as duas linhas, Vítor Pereira não descarta essa hipótese: «É uma boa ideia. Temos que a densificar e tratar para benefício de toda a região, que precisa e carece de uma infraestrutura como essa», respondeu Vítor Pereira. «Está aqui numa localização estratégica que deve ser aproveitada e rentabilizada, mas temos que nos sentar à mesa e falar sobre isso», acrescentou.
Sara Guterres