Pela primeira vez na história da distrital, a moção que o PSD da Guarda pretendia levar ao próximo congresso do partido foi reprovada. O documento foi chumbado na noite da última segunda-feira durante a Assembleia Distrital com 27 votos contra, 22 a favor e seis abstenções. Um resultado que forçou a interrupção da reunião, estando prevista continuar ontem à noite, já depois do fecho desta edição. Mas houve quem apelasse para que os militantes não comparecessem nessa segunda reunião. Deste modo, mesmo que a moção, devidamente alterada, seja aprovada deverá ser encarada como um documento algo fragilizado e representará uma grande derrota de Ana Manso.
João Rodrigues, líder do PSD de Trancoso, explicou à Rádio F os motivos que levaram a concelhia a chumbar a moção apresentada. «Votámos contra por uma questão de princípio e de coerência. É que a moção chegou-nos às cinco da tarde. Ora se a reunião era às oito, e não tendo eu todos os elementos da comissão política para ela ser discutida, não a pude convocar», contesta. No entanto, «também não é em 48 horas, já que todos os elementos da concelhia têm os seus afazeres, que se vai reunir à pressa para dar contributos a uma moção que nós queríamos representativa de todo o distrito», reforça. João Rodrigues esperava que a presidente da distrital tivesse tido «a delicadeza» de enviar antecipadamente o projecto de moção a todos os militantes quando convocou a Assembleia Distrital. «Aí sim, teríamos dez dias para a análise do documento», garante. Também Fernando Lopes, líder distrital da JSD, votou contra, salientando que os delegados da Juventude Social-Democrata cumpriram «a sua missão e fizeram o seu papel», reiterando que, em política, todas as atitudes têm consequências. «E a falta de respeito que a presidente da distrital do PSD teve para com a JSD resultou na reprovação desta moção», constata.
Por último, João Mourato, presidente da Assembleia Distrital, explicou que a segunda sessão da reunião teve como objectivo «congregar todos os pontos» que os delegados entendem deverem ser incluídos na proposta de moção da distrital para depois ser novamente submetida a sufrágio final. Contudo, fica para a história o facto de, pela primeira vez, uma moção apresentada pela presidente da distrital não ser apoiada pela maioria dos elementos da Assembleia Distrital, órgão máximo do partido. Uma derrota de Ana Manso que acontece depois da vitória da lista encabeçada por José Gomes à eleição dos delegados da concelhia da Guarda ao congresso do PSD. Há quem diga que é o fim de um ciclo.