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Moção de Censura a autarca de Foz Côa vai a Assembleia

Documento será discutido em Assembleia Municipal da próxima segunda-feira

O grupo parlamentar do Partido Social Democrata de Foz Côa vai levar à Assembleia Municipal, agendada para segunda-feira, uma moção de censura contra o presidente da autarquia, o socialista Emílio Mesquita. Segundo Gustavo Duarte, vereador do PSD, esta moção «é uma consequência lógica da governação do PS em Foz Côa».

Passados dois anos, a actual gestão camarária é criticada e Emílio Mesquita é acusado de usar a sua posição em benefício próprio. A bancada parlamentar do PSD acusa o edil e a maioria PS de, «desde o início do mandato, terem levado apenas a efeito uma administração autista e partidarizada, negociando comportamentos, contornando exigências legais ou favorecendo amigos, a quem proporciona lugares bem pagos em nome da confiança política», pode ler-se na moção de censura, a que “O Interior” teve acesso. Outra das acusações dos social-democratas tem a ver com as remunerações atribuídas aos corpos sociais das empresas municipais, que têm sido pagas sem a aprovação da Assembleia Municipal, sendo por isso liquidadas «ilegalmente», de acordo com os subscritores da moção. O autarca é ainda acusado de ter oferecido «sucessivas e compensadoras benesses, a amigos e apaniguados, em cargos em empresas municipais» e de procurar «o culto da personalidade», utilizando o boletim municipal «como forma de propaganda pessoal». Os contestatários afirmam ainda que Emílio Mesquita contratou «o seu cônjuge através da empresa municipal “Fozcoactiva”, com manifesto proveito pessoal, sem consultas nem concurso para o cargo de directora cultural dessa empresa, atribuindo-lhe um elevado vencimento mensal, que até já foi larga e recentemente aumentado».

Na mesma moção de censura é referido o «clima de apreensão, senão de medo, no seio do funcionalismo municipal, quer apoiando actuações conducentes ao desrespeito de um chefe de divisão, quer mandando instaurar processos disciplinares». De acordo com o documento, que será posto à votação na segunda-feira, o edil «não tem usado da devida correcção» para com aqueles que «façam críticas à sua gestão», lamentando-se ainda a sua «falta de entusiasmo por uma significativa» melhoria das acessibilidades. De resto, os subscritores concluem que, por culpa da Câmara, «este município caminhe a passos largos para a sua desertificação». «Há coisas muito graves nestes dois anos de mandato e há contas que estão a ser muito mal geridas», acrescentou Gustavo Duarte a “O Interior”. Quanto ao presidente da autarquia escusou-se a comentar a moção, dizendo que «o assunto será discutido na Assembleia Municipal», remetendo qualquer esclarecimento para mais tarde. Entretanto, “O Interior” sabe que alguns deputados municipais do PS também se revêem nestas críticas e deverão votar favoravelmente a moção. Emílio Mesquita foi o protagonista da principal surpresa das últimas autárquicas no distrito da Guarda, ao conquistar para o PS uma autarquia social-democrata desde sempre. Os socialistas ganharam em Vila Nova de Foz Côa pela primeira vez desde o 25 de Abril, mas apenas por 29 votos.

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