Requalificar o lar da Guarda, uma empreitada estimada em 1,5 milhões de euros, e a creche/jardim de infância da Misericórdia são os projetos prioritários de Jorge Fonseca para os próximos quatro anos.
O provedor reeleito para o sexto mandato consecutivo tomou posse na passada quinta-feira e assumiu «outro sonho», o de modernizar o lar da Vela. Mas esta ambição esbarra no investimento necessário, cerca de três milhões de euros. «Sairia satisfeito da instituição se até 2018 conseguirmos a requalificação do lar da Guarda, executar o projeto da creche/jardim-de-infância e deixar preparado o do lar da Vela, mantendo todas as nossas valências a funcionar», afirmou Jorge Fonseca. No caso do lar da sede do concelho, o responsável revelou que o projeto está pronto no final deste ano mas vai aguardar pela abertura do próximo QREN. «Espero que possa ser candidatado, aprovado e comparticipado pelo Estado, mas se não o for é uma obra que não nos assusta», garantiu o provedor.
Jorge Fonseca dedicou uma boa parte do seu discurso a falar da «imprensa» e dos jornalistas – numa indireta à manchete de O INTERIOR (ver edição de 13 de novembro). Afirmou, nomeadamente, que o resultado líquido negativo registado em 2013 «já inclui as amortizações, porque se não fosse isso o resultado seria positivo». O provedor lamentou ainda que não se tenha valorizado o saldo positivo da instituição em detrimento das contas negativas e revelou o resultado da sua reeleição. A 15 de novembro foi reconduzido por 127 votos, oito brancos e um nulo. No final da cerimónia, Jorge Fonseca adiantou que as estimativas sobre a situação financeira da Misericórdia em 2014 «não são agradáveis» e voltarão a ter um resultado negativo. «As contas deste ano só serão encerradas nos primeiros meses de 2015. O que posso dizer é que a Misericórdia da Guarda também vive com dificuldades, mas estamos longe de pedir ajuda à tutela», declarou.
Segundo o responsável, o caso mais preocupante é o do Conservatório de Música S. José da Guarda onde se preveem resultados «significativamente negativos». Isto porque a Direção Regional de Educação do Centro não paga os custos com professores. «Se o Estado não modificar os critérios, vamos ter muitas dificuldades em manter esta valência, que tem atualmente cerca de 300 alunos, o que seria terrível porque interfere na vida cultural da cidade e das famílias», sublinhou. Jorge Fonseca revelou que também a creche/jardim-de-infância regista um saldo negativo porque «há poucas crianças». Pelo contrário, a ocupação dos dois lares, que têm 168 utentes, e da unidade de cuidados continuados não tem dado problemas. «Há lista de espera nos primeiros e a procura também é imensa na segunda, embora aqui seja o Ministério da Saúde a fazer as colocações através de uma plataforma informática», esclareceu. Por tudo isso, «o nosso orçamento é sempre defensivo, não embarcamos em facilidades e somos prudentes nos investimentos», garantiu o provedor.
Neste mandato, João Inácio Monteiro e Orlando Gonçalves continuam a presidir, respetivamente, à mesa da Assembleia-Geral e ao Conselho Fiscal.
Luis Martins