O movimento de autarcas da região Centro que tem estado a protestar contra a suspensão da concessão rodoviária da Serra da Estrela reuniu na última segunda-feira com o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Os edis obtiveram a garantia de que o processo de construção dos Itinerários Complementares 6, 7 e 37 vai, para já, continuar a seguir os trâmites normais em termos dos estudos de impacte ambiental, que deverão ficar concluídos no final do mês de Maio.
O presidente da Câmara de Seia foi um dos autarcas que reuniu com António Mendonça e garantiu que não regressou «totalmente insatisfeito» porque «a preocupação» maior neste «momento difícil» era a das obras «ficarem adiadas ad eternum e não pensarmos nelas num período tão curto quanto possível». O processo «continua em andamento» e a discussão pública dos estudos de impacte ambiental deverá ficar concluído até 24 de Maio. Carlos Filipe Camelo revelou que «ficou perfeitamente claro» de que «há vontade de que estas situações se concretizem», uma vez que «não há dúvida nenhuma» de que «se eventualmente as acessibilidades não acontecerem tão rapidamente quanto possível o desenvolvimento continuará adiado ad eternum». Neste sentido, o autarca sublinha a «vontade política no sentido de que o litoral e o interior sejam tão aproximados quanto possível relativamente a níveis de desenvolvimento» e de «tentar debelar e ultrapassar as assimetrias regionais». Assim, «ficou acordado fazermos a avaliação de uma forma periodal e quando a possibilidade possa efectivamente acontecer no todo ou em parte os IC’s poderão avançar», explicou. De igual modo, o edil salientou que «ficou acordado com o ministro de que há um canal de diálogo privilegiado entre os autarcas e o seu gabinete», que levará a que ocorram reuniões periodicamente. Ficou ainda estabelecido que o governante «dentro em breve se deslocará ao terreno para que “in loco” possa aferir daquilo que são as petições colocadas pelas autarquias e a realidade concreta dos diferentes concelhos que reivindicam um desejo de há muitos anos a esta parte que é a construção dos IC’s».
Deste modo, questionado se ainda acredita num “volte-face” e que a concessão efectivamente vai avançar, Carlos Filipe Camelo argumenta que «a política é mesmo a arte de não deixarmos nunca de sonhar», sendo que a «construção destas vias é fundamental para o desenvolvimento desta região», garantindo que «vamos lutar até à exaustão para que elas sejam concluídas. Na reunião estiveram também representadas as Câmaras de Oliveira do Hospital, Gouveia, Nelas, Tábua e Covilhã.
Ricardo Cordeiro