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Ministério da Educação na lista negra

Divulgação das listas de colocação definitivas sem data prevista

O Ministério da Educação falhou o prazo previsto para divulgar a lista definitiva de colocação dos professores, tendo a passada segunda-feira, dia previsto, contribuído para o avolumar da contestação. Há hora do fecho desta edição ninguém sabia quando será possível conhecer essa listagem que está a fazer desesperar perto de 50 mil professores dos vários níveis de ensino por todo o país. No caso do distrito da Guarda, dados do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) revelam faltar colocar cerca de 150 docentes nas escolas 13 dias depois do arranque oficial do ano lectivo. Tudo indica que as aulas não comecem hoje para muitos alunos da Guarda.

As listas de colocação dos professores chegaram a estar disponíveis na madrugada de segunda-feira durante 40 minutos, no sítio na Internet da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (http://www.dgrhe.min-edu.pt/), mas foram retiradas por conterem erros, pelo que a dois dias da data limite para a abertura das aulas, dezenas de milhares de docentes ainda desconheciam em que escolas vão leccionar. Sofia Monteiro, dirigente do núcleo da Guarda do SPRC, acredita que o calendário inicialmente previsto pelo ministério «já é impossível de concretizar, como sempre dissemos, por causa desta confusão e indefinição». A sindicalista lamenta que os professores estejam a viver um período de «grande ansiedade, agravado por todo este clima de suspense que o ministério tem vindo a lançar hora a hora», pelo que espera que Maria do Carmo Seabra tire as «devidas» ilações deste conturbado processo. «Não aceitamos que a incompetência técnica seja resposta para tudo, porque também há incompetência política», garante Sofia Monteiro. Segundo a estimativa do SPRC, continuam a faltar 121 professores do 1.º Ciclo no conjunto dos Agrupamentos de Escolas de Sabugal, Gouveia, Figueira de Castelo Rodrigo, Área Urbana da Guarda e Abranches Ferrão (Seia) e perto de meia centena nas principais escolas secundárias do distrito.

O caso mais grave estará a acontecer no Agrupamento do Sabugal onde faltam 50 por cento dos educadores, 90 por cento dos professores do 1.º Ciclo, 60 por cento dos docentes do 2.º Ciclo e 70 por cento no 3.º Ciclo. Já no Agrupamento Vertical das Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo só 19 professores estão colocados, faltando 32. O SPRC considera que a «incapacidade» em divulgar a lista de colocação dos professores já é uma «vergonha nacional» e «um dos mais graves problemas de que há memória na Educação em Portugal». O sindicato acusa o ministério de uma «completa e absoluta incompetência e irresponsabilidade política» e responsabiliza a tutela por esta «situação caótica» que põe em causa o normal funcionamento de milhares de escolas públicas e a «vida profissional, pessoal e familiar» de mais de 50 mil docentes. O SPRC tinha previsto para ontem, em Viseu, uma acção de protesto durante a visita do secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa, «se ainda se mantiver em funções», ironiza numa nota.

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