Um golo bastante caricato de Tiago foi o suficiente para que o Mileu regressasse às vitórias na casa de um Ginásio Figueirense longe do fulgor de outras épocas. Graças a esta vitória e ao desaire do Fornos na Mêda, a formação da Guarda reduziu para apenas três pontos a distância para a liderança.
O jogo começou equilibrado com um ligeiro ascendente do Figueirense, que vinha de uma goleada caseira frente ao Fornos. Assim, aos 11’ foi a equipa da casa que criou o primeiro lance de perigo, com Luís Paulo, perto do vértice da pequena área, a rematar rasteiro e a obrigar Nuno Morais a aplicar-se. O Mileu respondeu aos 15’. Stromberg apareceu ao primeiro poste a “pentear” a bola, mas Tiago, ao segundo, não conseguiu dar o melhor seguimento à jogada. Quatro minutos volvidos, Tó Luís cobrou um livre no lado esquerdo, a bola sofreu um desvio e valeu, uma vez mais, a atenção do guardião visitante. Até que aos 23’ Tiago marcou o único golo da partida, na sequência de uma jogada, no mínimo, esquisita. Depois de um passe para o meio-campo do Figueirense, o árbitro assistente levantou a bandeirola, assinalando fora-de-jogo a um atleta do Mileu. No entanto, como a bola ficou na posse de Bruno, guarda-redes local, o árbitro principal entendeu dar a lei da vantagem. Contudo, o guardião não entendeu a indicação de Pedro Afonso e atirou a bola para a entrada do seu meio-campo, pensando que o livre resultante do fora-de-jogo iria ser marcado. Indiferente a toda a confusão, Tiago apenas teve que conduzir a bola até à baliza.
Curiosamente, só a partir do golo é que o Mileu se mostrou. Aos 26’, Ricardo teve uma boa incursão pela zona central e, ainda de muito longe, tentou o “chapéu” a Bruno que fez uma grande defesa. À meia hora, em contra-ataque, o Mileu podia ter feito o 2-0, mas a assistência de Chico a Tiago proporcionou mais uma boa intervenção de Bruno. Aos 35’, Pedro Francês foi à linha cruzar para a área onde apareceu Chico a cabecear para uma defesa incompleta de Bruno, que ainda conseguiu suster a recarga de Gaspar. Na resposta, Paulo Jacinto, ainda de muito longe, atirou uma “bomba” à trave da baliza de Nuno Morais. Na etapa complementar, os guardenses entraram com vontade de marcar o segundo golo da tranquilidade. Aos 49’, Chico, novamente, quase conseguiu isolar-se não fosse o corte de um defesa figueirense. Três minutos depois foi a vez de Pedro Francês entrar pelo lado direito e rematar cruzado para defesa de Bruno. A equipa de Paulo Batista tentou reagir, mas sem resultados práticos. Aos 66’, na marcação de um canto, Luís Paulo apareceu a desviar, só que o esférico acabou por sair pela linha de fundo.
Aos 78’, a equipa da casa desenhou uma boa jogada, com Pedrinha, no lado direito, a cruzar para a entrada da área onde apareceu Sérgio a rematar forte muito por cima. Já em período de compensação ainda se pensou que o Figueirense pudesse fazer uma “gracinha”, num livre mesmo à medida de Manuel Rodrigues à entrada da área. Contudo, o veterano atirou fraco à figura de Nuno Morais. O trio de arbitragem fez um bom trabalho. No final, os dois técnicos divergiram quanto à justiça do resultado. Pelo lado do Figueirense, Paulo Batista lamentou a forma como a equipa consentiu o golo: «Sofrer um golo daqueles já não é dos tempos de hoje. Houve uma falta de concentração total. No entanto, a derrota é muito injusta pelo que fizemos durante os 90 minutos». Liberalino Almeida considerou, por sua vez, que o Mileu «dominou do princípio ao fim» e que o resultado final foi «escasso».
Ricardo Cordeiro