Mileu e Arcozelo protagonizaram um desafio mal jogado no último domingo, com muita bola pelo ar, um futebol muito mastigado a meio-campo, com falta de abertura pelas alas e muito apático. Ainda assim, e como lhe competia, o Mileu teve a iniciativa do jogo, embora nem sempre o tenha feito da melhor forma.
A primeira oportunidade da partida pertenceu mesmo ao Arcozelo. Em contra-ataque rápido pela esquerda, Nuno Morais defendeu de forma incompleta um cruzamento/remate que João Leitão não conseguiu emendar para a baliza. De seguida assistiu-se a um período de maior assédio junto à baliza de Fernando Silva, que teve como melhor lance um remate perigoso de longe de Stromberg. Aos 25’, mais uma descida arcozelense em contra-ataque que terminou da mesma forma do lance inicial da partida, desta feita com Nuno Costa a falhar a emenda. A partir daqui, o jogo ficou mais equilibrado, embora os lances de maior perigo pertencessem aos homens da casa. Aos 33’, na sequência de uma jogada pelo corredor central, Barata, em boa posição, rematou ao lado e, três minutos depois, Ricardo conseguiu arrancar na direita do seu ataque com uma jogada extraordinária que terminou com um pontapé em jeito de chapéu e o golo do Mileu.
Na segunda parte, o mau espectáculo continuou. E, como já tinha acontecido no início, o primeiro lance de perigo pertenceu à equipa visitante. Aos 59’, Mauro Gonçalves, de muito longe, rematou fortíssimo para uma grande defesa de Nuno Morais. Na jogada seguinte, Acelino, já na pequena área, falhou incrivelmente na cara do guardião visitante. E como quem não marca sofre, aos 67’, numa jogada aparentemente inofensiva, Pedro Dias, num mau atraso para o seu guardião, fez o passe demasiado curto que Alfredo Albuquerque, recém-entrado, aproveitou para repor a igualdade. Até final, o cariz do desafio manteve-se, apesar do Mileu ter tentado a todo o custo chegar à vitória. Só que o Arcozelo defendeu-se como pôde e conseguiu que a igualdade no marcador prevalecesse no final do desafio. Em jeito de conclusão, atendendo ao tipo de futebol praticado, pode dizer-se que o resultado é justo, isto porque a derrota não pode ser atribuída às duas equipas. Quanto ao trabalho da equipa de arbitragem, chefiada por Paulo Brás, esteve acima do nível do jogo, não obstante alguma falta de atenção e concentração dos seus assistentes.
António Fonseca/Rádio Elmo