Este era um encontro esperado com alguma expectativa, já que o Desportivo de Gouveia tinha chegado à liderança na jornada anterior enquanto o Mileu-Guarda vinha de uma série de bons resultados. Para além disso, tratava-se de um jogo entre duas equipas com pergaminhos no futebol distrital.
Logo aos 3’, os guardenses desceram pela primeira vez à área adversária, com uma jogada de muito perigo que deixou de sobreaviso o último reduto forasteiro. Um prenúncio do que aconteceu a seguir, já que aos 7’ Espinhaço, na cobrança de uma falta cometida do lado direito, colocou a bola junto ao poste mais distante, onde apareceu Pirri a cabecear de forma irrepreensível e a inaugurar o marcador. Três minutos depois, os anfitriões podiam ter aumentado a contagem. Espinhaço, perto da área forasteira, roubou o esférico a um adversário, passou por mais dois e, só com Miranda pela frente, optou por rematar em jeito para uma excelente defesa do guardião gouveense. O domínio dos locais prolongou-se até aos 20’, altura em que o Gouveia equilibrou a partida, mas sem conseguir colocar em grande perigo a baliza de Sampaio.
Na segunda parte, os visitantes entraram com uma postura mais ofensiva, mas foi o Mileu-Guarda que criou perigo através de Pedro Francês, que esteve perto do segundo golo numa jogada de contra-ataque. Aos 60’, na marcação de uma falta já próximo da área, Quim Teixeira proporcionou uma excelente intervenção a Sampaio. O jogo estava aberto, com as situações de golo a alternarem numa e noutra baliza, até que, aos 64’, surgiu a melhor jogada de todo o desafio que deu o segundo golo ao Mileu. Pirri isolou-se pelo flanco esquerdo, cruzou para o lado contrário, onde Stromberg tirou vários adversários do caminho antes de rematar, já no miolo da área, para defesa incompleta de Miranda. Na recarga, Jorge concretizou. O Gouveia deu mostras de alguma intranquilidade, mas a partir dos 72’, com a expulsão de Pedro Francês, os forasteiros passaram a dominar o desafio, embora fosse um domínio algo consentido, até porque o Mileu passou a defender a meio do seu meio-campo, com Pirri sozinho na frente.
Aos 79’, Tiago Cadete assinalou grande penalidade contra o Mileu. Um pénalti discutível, já que, na nossa opinião, nada mais existiu do que uma carga de ombro mútua, o que é legal. No entanto, fica o benefício da duvida para o árbitro. Chamado a converter, Rui Ramos não perdoou e reduziu a desvantagem para 2-1. Depois deste golo, o Gouveia ganhou mais alento na busca do tento da igualdade, mas o Mileu, apesar de jogar com menos uma unidade, não o permitiu. Quanto ao trabalho de Tiago Cadete, apenas algumas dúvidas no lance da grande penalidade.
António Fonseca, “Jogo Limpo”, Rádio F