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Merecido descanso

Crónica Política

Os resultados eleitorais verificados no distrito, nas legislativas do passado dia 20, provocaram, para além da inevitável euforia nas hostes socialistas e de natural satisfação em milhares de eleitores, sobretudo, e inexplicavelmente, motivos para festejos na sede do PPD/ PSD distrital.

Assim foi. Pela boca da própria Dr.a Ana Manso, soubemos, que à senhora, ao contrário do constrangimento natural que assolou todos os sociais democratas, não faltaram emoção e felicidade na análise dos resultados eleitorais.

Percebamos o porquê.

Para a contraditória reacção da dita senhora, na noite do dia 20 de Fevereiro, terá contribuído a perspectiva do descanso que a alternância governativa provocará no seu quotidiano político, nos próximos anos.

Por conseguinte, acabar-se-ão as suas presenças voluntariosas nos eventos de toda a espécie e os enfadonhos discursos de momento, os desfiles e as reuniões periódicas nos diferentes serviços desconcentrados do Estado, onde, durante os últimos três anos, no distrito, fez, persistentemente notar as prioridades para as suas ambições/missões partidárias.

Cessarão as sem propósito e apressadas inaugurações que a comandita social democrata, por si liderada, apadrinhava aqui e acolá, das 8 às 24h, de segunda- feira a domingo. Enfim, dá-se por finda a vida atribulada a que esteve votada nos últimos tempos, por amor ao distrito e ao eleitorado- o mesmo, sábio, que a remeteu ao descanso pelo escrutínio.

Chegavam, pois, as merecidas férias- pensou a Dr.a Ana.

Podendo ainda ver-se envolvida no frenesim das próximas lutas autárquicas, estas serão, contudo, tarefa bem menos esgotante que a acostumada dispersão das benesses públicas pelo clientelismo laranja, dado que, os seus correligionários, parecem, por reconhecimento do pródigo esforço da senhora, não querer onerá-la com uma sua recandidatura à Câmara Municipal da Guarda.

Folgada, cuidará, então, de consolar e de reencaminhar os seus descartados dirigentes, de gerir as expectativas goradas, as suas e as de todos quantos vaticinaram um lugar ao sol numa legislatura até final.

Sobrar-lhe-á, porventura, disponibilidade para se penitenciar junto daqueles que, alimentados por promessas suas, nunca viram chegada a sua vez. Com a promessa que voltará um dia, convencê-los-á com ofertórios futuros.

Em suma, poderá dedicar todo o seu tempo – como até aqui- aos seus.

E quase já fica sem tempo…

Por isso, a palavra de ordem é: não incomodar… a senhora. Ao descanso! é o que ditam as justíssimas consciências laranjas.

E ao silêncio! Acrescentamos, nós. Para justo descanso de todos.

Afinal, ganhámos todos!

Por: Rita Cunha Mendes

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