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Menos oito escolas no distrito da Guarda

Seia, Gouveia, Pinhel e Trancoso são os municípios afetados pelo fecho de estabelecimentos de ensino no próximo ano letivo

No próximo ano letivo vão fechar oito escolas do primeiro ciclo do ensino básico no distrito da Guarda. A medida afeta apenas quatro dos 14 concelhos.

O município de Seia é o mais penalizado, com o encerramento dos estabelecimentos de ensino de Pinhanços, Santa Comba e São Martinho. Seguem-se Gouveia, onde fecham as escolas primárias de Vinhó e Nespereira, enquanto em Pinhel as aulas acabam na Ervedosa e Lameiras. Já o concelho de Trancoso fica sem a escola de Torre do Terrenho. Na Cova da Beira, o município do Fundão é o único que consta da lista do Ministério da Educação, que determinou o fecho das escolas de Alcongosta e Orca. Segundo os dados oficiais, em setembro já não abrem 297 escolas do primeiro ciclo do ensino básico, a maior parte delas no norte do país. Em comunicado, a tutela afirma que os alunos dos estabelecimentos que fecham no próximo ano letivo serão mudados para «centros escolares ou escolas com infraestruturas e recursos que permitem melhores condições de ensino».

Segundo o ministério de Nuno Crato, o fecho destas 297 escolas conclui esta fase da reorganização da rede, mas o processo «vai prosseguir no próximo ano letivo», assegurando que todos os encerramentos vão fazer-se «com o acordo das respetivas autarquias». No mês passado, o ministro tinha já anunciado que 266 escolas com menos de 21 alunos teriam garantidamente que fechar, indicando ao mesmo tempo que novas agregações de escolas estavam suspensas. Esta medida faz parte do memorando assinado com a “troika”, em que o Governo se comprometeu a poupar este ano 195 milhões de euros com «a racionalização da rede escolar». Contudo, o ministério não divulgou para já quanto espera poupar em despesas com o encerramento destas 297 escolas. No ano letivo passado, o governo anterior fechou 701 escolas do primeiro ciclo, mais 200 do que a estimativa inicial, a maior parte das quais também na zona norte.

Com o fecho de mais estas 239 escolas serão 3.720 os estabelecimentos de ensino encerrados desde 2005, segundo dados da tutela. Em cinco anos, o distrito da Guarda perdeu 245 escolas primárias. A reorganização da rede escolar teve o seu grande impulso com a então ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues (2005/2009), que determinou o encerramento das escolas com menos de 10 alunos e apoiou a construção de centros escolares integrados. Em 2010, a decisão de encerrar escolas foi alargada aos estabelecimentos com menos de 21 alunos, decisão que se mantém.

Comentários dos nossos leitores
tózesilva tozesilva2012@gmail.com
Comentário:
Esta é mais uma consequência da desertificação crescente do interior e que motiva ainda mais essa desertificação. No entanto, ao deslocar as crianças, há muito trabalho que deveria ser feito e não está a ser feito. As crianças são despejadas à porta das grandes escolas e… que se desenrasquem. “gente desenrascada é outra coisa”
 
antonio vasco saraiva da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Esta foi talvez a medida mais certa de Sócrates, mas enquanto vamos assistindo ao despovoamento das nossas aldeias, confesso que um dia também ele chegará às nossas cidades. Temos um nosso primeiro que nos convida a imigrar, vemos os jovens a sair cada vez mais tarde das suas casas, vemos o aborto a ser feito e a ser apoiado pelo Governo, vemos os idosos a morrer ao frio, enganei-me, por falta de medicamentos, o que irá sobrar para povoarem as nossas cidades. Assim, também estas escolas têm os dias contados. Deviam tudo fazer para evitar este mal atacando-o com medidas responsáveis. Eu sou daqueles que apoia o fecho das escolas, mas temos de nos virar para medidas que tragam ao país um futuro diferente. Não estão em causa as escolas, mas sim o povo. Com tantos cortes feitos neste país passaremos a ser um pais de remendos.
 

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