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Menos feirantes e menos gente na feira quinzenal da Guarda

Há muito que se exige a melhoria de condições na feira quinzenal, mas enquanto não chegam, há cada vez menos gente a vender e a comprar no mercado

À quarta-feira, a Guarda recebe a sua feira quinzenal, que há vários anos se realiza na encosta da Quinta do Ferrinho. É também há vários anos que feirantes e visitantes falam na necessidade de reabilitar o espaço, alegando falta de condições. A solução do problema tarda em aparecer e o tema vai-se arrastando mandato após mandato autárquico.

Numa manhã chuvosa, embora com uma temperatura amena, O INTERIOR passou pela feira e constatou que a intempérie não só afasta os fregueses, como os próprios feirantes. No passado dia 17, contavam-se pelos dedos das mãos o número de feirantes que resistia ao tempo e teimava em ficar, em número bastante inferior eram os clientes. Os irmãos José e António Coelho são feirantes desde sempre, há cerca de 30 anos que se deslocam quinzenalmente à Guarda, «mas também fazemos outras feiras e qualquer uma tem melhores condições», asseguram. «Há vários anos que ouvimos falar numa mudança, mas até agora nada», lamentam os comerciantes. Para os dois irmãos, a mudança deveria ser «para um sítio melhor, com casas de banho e outro piso, pois aqui quando chove é terrível».

Ambos recordam que no primeiro em que a feira de São João se realizou no centro da cidade, em 2015, «foi completamente diferente, para quem compra e para quem vende, agora aqui as pessoas vão embora». No local onde actualmente se realiza a feira a Câmara não cobra qualquer valor pelo espaço, o que leva Fernanda Henriques, também feirante, a afirmar que «não nos podemos queixar, porque também não pagamos», mas António Coelho considera que «seria preferível que cobrassem o terreno, pois também tiravam partido e nós poderíamos exigir outras condições». Quanto ao local, Fernanda Henriques considera que «o sítio é bom, não estamos muito deslocados», mas vê no entanto outros problemas: «Faltam arruamentos e não temos casas de banho», refere, acrescentando que «normalmente temos pouco movimento e em dias de chuva há ainda menos gente».

A feirante lembrou o caso de Trancoso «aqui ao lado», onde há outro tipo de condições: «Temos arruamentos, porteiro à entrada e nota-se que há mais gente a ir às compras», afirma. Um outro feirante, que não quis ser identificado, contou a O INTERIOR que «a falta de condições afasta as pessoas do mercado» e afirmou mesmo que «em dias de chuva é péssimo». Quanto à possibilidade de melhoria destas condições, o comerciante confessa que não acredita. «isto vai continuar a arrastar-se», lamenta. Já de saída estavam Maria Martins e Carlos Antunes, dois compradores que, normalmente, não têm possibilidade de ir ao mercado e ficaram surpreendidos com o que encontraram. «Antigamente era bom, agora não presta», queixaram-se. Quando chegaram, além de haver poucas barracas, os poucos feirantes que ainda estavam preparavam-se para arrumar a tenda. «Talvez se estivesse no centro as pessoas acabavam por ir, assim estão deslocados e os clientes vão mais às lojas. Eu trabalho e normalmente não consigo vir», explicou Maria Martins, adiantando que vai com mais frequência ao mercado em Pínzio e esse «não tem nada a ver com o da Guarda. É muito forte».

Questionado sobre o assunto, o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, escusou-se a comentar o caso dizendo apenas que «está a ser pensada uma solução» para o local da feira.

Ana Eugénia Inácio Feira realiza-se de 15 em 15 dias à quarta-feira

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Chamam local de feira a um descampado cheio de ervas e pedras. Uma miséria, temos de gastar o dinheiro que não temos a tirar e colocar flor onde passa a procissão.
 

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