Que ninguém se espante se encontrar no recinto um lobo, um texugo, um javali ou um chibo selvagem. Mas descanse porque são – afinal – quatro jovens mascarados. Vêm de Valhelhas e chamam-se Serrabecos. Munidos de um bombo, um timbalão, uma caixa e um bouzuki, pretendem «levar música e fantasia às ruas e becos por onde passam».
Como se de uma fábula se tratasse, vão deambular pelo espaço do festival, ao longo dos três dias. Esperam conquistar o público com melodias de influência étnica e querem relembrar as velhas histórias dos tempos ancestrais. «Todo este conceito se deve à vivência dos elementos dos serrabecos se acentuar no espaço campestre e bucólico em que sempre residiram – a Serra da Estrela», explicam. As máscaras que usam são artesanais e trabalhadas pelos próprios jovens, que se transformam por momentos em animais característicos da fauna serrana. Da região, chegam ainda a Orquestra de Sopros “Música Nova”, grupo há muito habituado aos recantos do Vale Glaciar do Zêzere e que atua já hoje. Surgiu em 2004 por iniciativa do maestro Luís Carlos Neves Serra e com o apoio da Associação Recreativa Filarmónica Popular Manteiguense. O palco do festival acolhe também – amanhã – a escola de música da Banda Boa União, de Manteigas. A filarmónica tem cerca de 60 elementos e serão sobretudo os “aprendizes” mais novos a marcar presença.