Arquivo

Médicos com pouco tempo para consultas receitam muito e informam pouco

Um grupo de pensadores, coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), identificou uma tendência para a prescrição de medicamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em detrimento de uma orientação para comportamentos saudáveis.

Trata-se de algumas das conclusões do Think Tank “Saúde que Conta”, que este ano é dedicado ao tema da decisão partilhada em saúde. A investigação procurou avaliar o grau de participação do doente nas tomadas de decisão clínicas que lhe dizem respeito e a sua capacidade para dialogar e intervir num processo de escolha e negociação da terapêutica. As doenças cardiometabólicas, como diabetes, doença cardíaca e hipertensão, foram o foco do estudo. Os peritos concluíram que, apesar dos esforços que têm vindo a ser desenvolvidos, continua a haver «uma tendência para a prescrição de medicamentos em detrimento de uma orientação para comportamentos saudáveis e de mudança de estilo de vida». «A participação das pessoas nas decisões médicas é fundamental. O tratamento não é só a terapêutica — é a terapêutica e, cumulativamente, os seus estilos de vida», afirmou ao jornal “Público” Ana Escoval, professora na ENSP e coordenadora do projeto, referindo-se a comportamentos preventivos em que o indivíduo assume um papel ativo de prevenção.

Sobre o autor

Leave a Reply