«A Mêda tem poucas afinidades com a Serra da Estrela». A afirmação é de João Mourato, presidente da Câmara da Mêda, na sequência da recente integração do concelho na Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE).
O autarca mostra-se «totalmente» contra esta integração, afirmando que a melhor alternativa seria pertencer à Região de Turismo do Douro. «O Douro é a região que mais nos seduz e além disso, em termos geográficos, estamos mais perto e temos mais afinidades», sublinha. No entanto, apesar de contestar o decreto-lei do novo regime jurídico das áreas regionais de turismo, aprovado há duas semanas em Conselho de Ministros, João Mourato espera ainda que haja mais informação e só depois tomará uma decisão sobre o que poderá ser feito para que o município seja incluído na região do Douro. «A Mêda tem uma componente do Douro, que perderá se for incluída na RTSE», sustenta.
Recorde-se que a RTSE irá ganhar ainda mais três concelhos, nomeadamente Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão e Sabugal, perdendo, por sua vez, o município de Oliveira do Hospital. Com a entrada em vigor da nova legislação, o organismo passará a abranger a totalidade das NUT III da Beira Interior Norte, Serra da Estrela e Cova da Beira. A Serra da Estrela é um dos cinco pólos de desenvolvimento turístico autónomos preconizados no Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), a par do Alqueva, Litoral Alentejano, Região Oeste e Douro. Estas entidades vão juntar-se às cinco regiões de turismo criadas pelo Governo e que serão coincidentes com as regiões administrativas, Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve. Esta decisão implica que todos os concelhos das 19 regiões existentes passem a estar integrados numa região de turismo.