À sexta edição do festival de música Mêda +, inteiramente dedicado a bandas nacionais e que terminou no sábado naquela cidade do distrito da Guarda, há uma legião de fãs que volta todos os anos e que está a crescer. «Uma grande percentagem dos festivaleiros presentes este ano já tinha vindo em edições anteriores, notamos que há uma grande fidelização do público ao Mêda +, com grupos vindos de Coimbra, Viseu, Guarda, Porto e Lisboa», confirma Pedro Rebelo Pereira, da organização.
Este ano, com um cartaz onde se destacaram os Diabo na Cruz, D’Alva e Sam Alone & The Gravediggers, também houve mais estrangeiros no único festival do género organizado no interior. Segundo o dirigente da Associação Juvenil Mêda +, «ouvimos falar inglês, alemão e espanhol no recinto e na vila, o que poderá ser uma boa oportunidade estratégica no futuro». A organização faz um balanço positivo do evento que começou na passada quarta-feira, considerando que gerou «mais movimento em toda a cidade, proporcionado principalmente pelo novo palco secundário», sendo que o parque de campismo esteve «praticamente com lotação esgotada e registou um recorde máximo de entradas registadas, que ultrapassou as mil pessoas». Em termos de assistência, Pedro Rebelo Pereira acredita que se chegou aos 6.000 espetadores, embora ressalve que «não conseguimos uma contabilização absolutamente fiel, mas acreditamos que atingimos esse objetivo».
Para tal deve ter contribuído o concerto dos Diabo na Cruz, que foi, de acordo com a organização, «um dos melhores momentos de sempre do festival».
Mas houve outras grandes atuações no palco montado no recinto da Santa Cruz. Desde logo, os D’Alva na primeira noite cuja música eletrizante contagiou o público, maioritariamente jovem, enquanto na sexta-feira, os Cepa Torta “jogaram em casa” perante uma assistência rendida à sua música – alguns dos temas tocados fazem parte do segundo trabalho discográfico da banda medense e único totalista neste festival. Nesta edição, o Mêda + estreou um palco secundário, no parque municipal da cidade, por onde passaram nove bandas emergentes e de garagem numa experiência que deverá ser para repetir em 2016. O sucesso do festival assenta na entrada e campismo gratuitos, mas também num cartaz que privilegia as bandas portuguesas. Criado em 2010, do seu historial fazem parte grupos como os X-Wife, Mão Morta, Fonzie, Supernada, Wraygunn, Diabo na Cruz, Linda Martini, Capitão Fausto, Glockenwise, d3o, Fitacola ou Tara Perdida, entre muitos outros menos conhecidos.