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Maternidade fica na Guarda

Correia de Campos homologou programa funcional para a ampliação do Hospital Sousa Martins

O ministro da Saúde cumpriu, no sábado, um «compromisso inadiável» para com a Guarda e o seu hospital ao homologar a remodelação do Sousa Martins, orçada em cerca de 40 milhões de euros, e confirmar que o bloco de partos não vai encerrar. Duas decisões que colocam um ponto final nas dúvidas dos guardenses, no dia em que alguns milhares saíram à rua para assistir à evocação histórica da inauguração do Sanatório Sousa Martins há cem anos.

História à parte, na sessão solene, Correia de Campos fez e disse o que todos esperavam e foi correspondido com sonoras ovações. A mais estrondosa aconteceu quando anunciou que a maternidade do Sousa Martins vai manter-se «por ser a de maior actividade de toda a Beira Interior». Já para o distrito vizinho, os hospitais da Covilhã e Castelo Branco terão que se entender no âmbito do novel Centro Hospitalar da Beira Baixa e decidir qual dos dois serviços fechará. A criação deste organismo é uma novidade, pois, inicialmente, estava previsto o Centro Hospitalar da Beira Interior (CHBI) com as três unidades, cuja primeira missão era indicar à tutela a maternidade que devia encerrar. Contudo, a contestação e a oposição surgida nos últimos meses naquelas duas cidades forçou o ministério a adiar a sua constituição. «O Centro Hospitalar da Beira Interior será criado em duas etapas progressivas. É uma forma realista para não paralisar o processo da Guarda, que, dramaticamente, estava a ser vítima de outras indecisões», especificou Correia de Campos, sem dizer quais.

É que a remodelação do Sousa Martins teria que aguardar pelo entendimento entre os três hospitais. Como alternativa, o ministro optou por separar as coisas e anunciou a criação de uma Unidade Local de Saúde no distrito da Guarda, com estatuto de Entidade Pública Empresarial (EPE). Esse organismo englobará o Sousa Martins, os centros de saúde, as futuras unidades de saúde familiar e, eventualmente, o Hospital de Seia, que ainda pode escolher agregar-se ao futuro Centro Hospitalar de Viseu/Tondela. No futuro, o CHBI deverá resultar da agregação da Unidade Local de Saúde da Guarda e do Centro Hospitalar da Beira Baixa. No entanto, o titular da pasta da Saúde deixou o aviso de que o acordo já celebrado entre as três administrações hospitalares quanto à distribuição de especialidades de referência «é inalterável e inegociável».

Concurso público em 2008

Correia de Campos aproveitou a cerimónia do centenário para ratificar a revisão do programa funcional do Hospital Sousa Martins que estará na base da sua remodelação. «É um novo hospital em 52 por cento da área coberta e uma profunda renovação em 48 por cento», anunciou, acrescentando que terá uma nova ala, 266 camas e manterá as suas principais valências, sendo, nomeadamente, referência em oncologia e cardiologia para a Beira Interior. Será ainda criada a especialidade de reumatologia. E para «realizar de imediato o investimento necessário», a futura Unidade Local de Saúde terá o estatuto de Entidade Pública Empresarial. Quantos aos prazos, foi claro: «Se este ano conseguirmos constituir a EPE, se a Unidade for dotada do capital social necessário para o arranque e o projecto estiver pronto, podemos iniciar os concursos públicos, mesmo de construção, no próximo ano», afirmou. Entretanto, o programa funcional actualizado vai ser trabalhado pelo gabinete projectista, a ARIPA, que, em 2001, trabalhou no primeiro esboço. «O projectista tem connosco um entendimento que vai agora concretizar-se ao continuar o projecto na nova modalidade», revelou Correia de Campos.

Luis Martins

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