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Marques Mendes propõe aumento de salários para governantes

O ex-líder social-democrata Luís Marques Mendes vaticinou ontem que, sem maioria absoluta, o PSD não voltará ao poder, considerando que no futuro o BE será o «CDS da esquerda» e constituirá um «bloco» com o PS, segundo noticia o Expresso.

«O PSD não volta mais ao poder se não tiver maioria absoluta, ou seja, ganhar as eleições como aconteceu com 38, 39 ou 40 por cento não vai chegar, ganha as eleições mas corre o risco de continuar na oposição», afirmou Marques Mendes, durante um jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide até domingo.

Numa longa intervenção perante os 100 alunos da Universidade de Verão social-democrata, não se ouviram críticas de Marques Mendes à forma como a atual direção do partido está a fazer oposição, com o antigo líder a considerar natural que se «leve algum tempo a afinar o tom, a forma, a substância».

O antigo líder do PSD recuperou ainda algumas das ideias que enquanto presidente do partido defendia, focando-se na necessidade de introduzir credibilidade na vida política, porque existe «uma grande descrença e desconfiança sobre a política, os políticos e os partidos».

«É um défice muito sério», sublinhou, avançando com cinco propostas, entre as quais a mudança das regras eleitorais com a introdução de círculos uninominais, compensados com um círculo nacional, para a eleição dos deputados.

Além disso, continuou, é preciso pensar o regime remuneratório dos políticos, porque «o barato sai caro». Ou seja, ao pagar-se «pouquinho a um governante», podem conseguir-se atrair pessoas «jeitozinhas», «mas já não são os melhores».

Contudo, ressalvou o antigo líder do PSD, também não se trata de «passar do oito para o 80» e introduzir «salários milionários», porque «a política não é um sítio para enriquecer».

Sobre a questão da ética, os problemas das incompatibilidades e conflitos de interesses, o ex-líder do PSD avançou com a possibilidade da criação de uma comissão na Assembleia da República com «senadores», como ex-presidente do parlamento, antigos provedores de Justiça, entre outras personalidades, que regulasse a definição de códigos de conduta ou trata-se das questões de potenciais conflitos de interesses.

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