Maria do Carmo Borges é hoje nomeada oficialmente Governadora Civil da Guarda. A proposta do ministro da Administração Interna, António Costa, será discutida esta tarde em Conselho de Ministros e deverá passar sem grandes problemas. A até agora presidente da Câmara da capital do distrito sucede a Joaquim Lacerda e vai ser a segunda mulher a ocupar aquela função, após Marília Raimundo ter desempenhado o cargo no final da década de 80. Na autarquia, sucede-lhe Álvaro Guerreiro, actual vice-presidente, enquanto Pedro Guerra está de regresso ao executivo como vereador.
A sua escolha não é uma surpresa. Em final de mandato, Maria do Carmo não se vai recandidatar à autarquia, pelo que muitos entendem ter chegado a hora de a recompensar pelo trabalho desenvolvido nos últimos anos na Guarda e por ter ajudado o PS a ultrapassar um problema chamado Abílio Curto. Foi o antigo autarca que a levou para a Câmara em 1988, tendo sido vereadora a tempo inteiro durante dois anos após demitir-se da delegação regional da Direcção-Geral de Desportos em Janeiro desse ano. Aí permaneceu nos 17 anos seguintes, ocupando mesmo a vice-presidência do município. A detenção de Abílio Curto em Dezembro de 95 e a consequente suspensão de funções no âmbito do processo do matadouro da Guarda, colocaram-na na cadeira maior do executivo. Um lugar sufragado dois anos depois nas autárquicas com uma larga vitória sobre Carlos Andrade, candidato do PSD, tendo conseguido eleger o quinto vereador do PS. Foi reeleita para o cargo em 2001, mas avisou que este seria o seu último mandato. Muitos duvidaram até meados deste mês, altura em que a concelhia escolheu Joaquim Valente para liderar a lista à Câmara da Guarda.