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Marcelo diz que é o candidato «da esquerda da direita»

Candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP quer ganhar à primeira volta e apelou aos portugueses para que «não deixem para 14 de fevereiro o que se pode fazer a 24 de janeiro»

Marcelo Rebelo de Sousa disse, na Guarda, que a sua candidatura vem «da esquerda da direita» e que o objetivo é ganhar as Presidenciais à primeira volta. Na segunda-feira, o candidato a Belém escolheu o Museu do Côa, a cidade mais alta e a Covilhã como roteiro.

Em Vila Nova de Foz Côa, o professor e comentador anteviu no livro de visitas do Museu do Côa «um sinal de esperança», já que assinou logo a seguir ao Presidente da República cessante, Cavaco Silva, que visitou o espaço no passado 12 de dezembro. «Veremos se se concretiza daqui a 12 dias», prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas no final da visita ao museu, habitualmente encerrado à segunda-feira mas que abriu para o candidato, que seguiu depois ao volante do seu carro em direção à Guarda. Na sede do distrito, o ex-líder do PSD foi recebido na “Madrilena” por militantes e dirigentes sociais-democratas e abordado por um antigo aluno de 1986. Foi quanto bastou para os jornalistas lhe pedirem uma comparação com as presidenciais desse ano, entre Freitas do Amaral, Salgado Zenha e Mário Soares, que o histórico socialista venceu à segunda volta. Mas Marcelo apontou desde logo uma diferença: «O candidato da direita vinha da direita da direita. Eu venho da esquerda da direita», afirmou.

Além disso, «o país é completamente diferente. Nessa altura a campanha foi muito ideológica e com clivagens profundas entre direita e esquerda. Os consensos eram muito difíceis, agora há diversidade de projetos mas não há clivagens profundas», recordou. Questionado se teme uma segunda volta, o candidato disse esperar que isso não aconteça e apelou aos portugueses para que «não deixem para 14 de fevereiro o que se pode fazer a 24 de janeiro». Marcelo Rebelo de Sousa também foi confrontado com a acusação do mandatário de Sampaio da Nóvoa, que passou pela Guarda na véspera, de que teria falhado o serviço militar obrigatório e por isso não poderia ser chefe de Estado Maior das Forças Armadas e Presidente da República. Mas o professor revelou que, em 1973, tinha pedido o adiamento da tropa porque estava a fazer provas de mestrado e que «se não tivesse havido o 25 de Abril» tinha sido chamado.

Nesta passagem pela Guarda, o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP fez um pequeno percurso a pé até ao Largo da Misericórdia, entrou nalgumas lojas, mas dada a hora de almoço e a chuva, cruzou-se com muito pouca gente. No Paço da Cultura, visitou a exposição ali patente e recebeu um cobertor de papa fabricado em Maçaínhas. Antes de seguir para a Covilhã, Marcelo almoçou na cantina do IPG, mas só comeu uma sopa e três iogurtes. Depois, a O INTERIOR, declarou que a região precisa de medidas de discriminação positiva para combater as desigualdades que a crise fez aumentar. «Não vai ser uma saída rápida, homogénea, de todos ao mesmo tempo, e há quem precise mais de uma compreensão, de um apoio, de um incentivo. São aqueles que estão mais desfavorecidos, e o interior é uma das realidades que precisa de discriminação positiva», disse, anunciando que, se for eleito, será «imparcial do ponto de vista político, mas parcial do ponto de vista social favorecendo aqueles que vivem em situação de interioridade».

Na UBI, o candidato considerou que o próximo Orçamento do Estado é «difícil de fazer em vários domínios da administração pública», particularmente na Educação e Ensino Superior. Numa conversa com um dos vice-reitores universidade, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou as dificuldades que sabia existirem relativamente aos orçamentos das instituições de ensino superior. «As dificuldades são muitas, o que obriga, tal como aos politécnicos, a uma grande imaginação para ir buscar receitas, parcerias internacionais ou internas, empresariais, institucionais e autárquicas».

Luis Martins Atrás do balcão da “Madrilena”, Marcelo Rebelo de Sousa recordou presidenciais de 1986 que Mário Soares venceu à segunda volta

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