Foram cerca de 40 peças de vestuário concebidos sob a marca “MontNeve – by Covilhã” que desfilaram na passerelle do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior na última sexta-feira pelos modelos da Central Models perante uma plateia de cerca de 200 pessoas.
O design moderno e as cores vivas dos casacos de lã confeccionados em conjunto pelas empresas de lanifícios e de confecções da região parecem ter agradado ao público presente. O autarca Carlos Pinto confessou a “O Interior” estar «muitíssimo satisfeito» com o resultado do trabalho desenvolvido no âmbito do ReAdapt – Rede para o Desenvolvimento Económico e Social da Covilhã para afirmar o concelho como um importante pólo industrial dos lanifícios como foi outrora e eliminar assim a dependência das empresas estrangeiras. «Acho esta iniciativa da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (Anil) excelente e de grande qualidade e creio que se poderia realizar em qualquer lugar da Europa», destacou Carlos Pinto, para quem o caminho a seguir é a «promoção da marca» a nível nacional e internacional. «Temos tecidos de grande qualidade. Por isso é que já os exportamos. Agora, só temos que incorporar mais valias para que esta marca seja conhecida em todo o mundo e para afirmar a Covilhã através deste nome», completa o edil.
Assim, os parceiros do projecto, que para além da ANIL e da Câmara da Covilhã estão envolvidos ainda o Centro de Formação Profissional para a Indústria de Lanifícios (CILAN), o Centro de Formação Profissional da Indústria de Confecção (CIVEC), a Universidade da Beira Interior (UBI), a Santa Casa da Misericórdia, o Sindicato Democrático dos Têxteis (Sindetex) e a Global Change (empresa de consultadoria), candidataram-se a um novo programa Equal. Para apoiar a promoção da marca através da criação de uma empresa, cooperativa ou fundação que irá gerir a marca “MontNeve”.
«Esperemos que as entidades competentes estejam atentas ao esforço que estamos a fazer para que continuemos com este trabalho», disse por sua vez o presidente da Anil, José Robalo, para quem os objectivos do ReAdapt foram «mais do que conseguidos». E isto porque se a candidatura não for aprovada o projecto ficará «muito comprometido» e poderá mesmo acabar. «É impossível para uma associação como a Anil ter capacidade de verbas para arrancar com um projecto destes», explica José Robalo.
Apesar de numa primeira fase a marca “MontNeve” identificar os artigos de vestuário, o objectivo a longo prazo é estendê-la a outro tipo de artigos característicos da cidade e da Serra da Estrela, como as mantas de viagem e cobertores, para que possa ter a mesma notoriedade de algumas marcas nacionais e internacionais.
Liliana Correia