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Manuela contra «projectos megalómanos» de Sócrates

Cabeça-de-lista pelo distrito da Guarda garante que votar no CDS, no Bloco ou na CDU é «um boletim estragado, deitado ao lixo»

Manuela Ferreira Leite considerou, segunda-feira, na Guarda que a política de José Sócrates «empobrece o país e depois distribui subsídios, o que é uma forma de submissão intolerável». Recebida por uma multidão na Praça Velha no segundo dia da campanha para as legislativas de dia 27, que a acompanhou a pé até ao Hotel Turismo, onde discursou, a líder do PSD disse representar a modernidade que o país precisa e acusou o actual primeiro-ministro de ser «retrógrado».

«Um país moderno não vive acima das suas possibilidades, endivida-se e não enriquece. Modernidade significa um país rico, que evolui e cria emprego», disse, acusando o adversário de «construir o que vizinho constrói só para enfeitar o país, num péssimo sinal de novo-riquismo». Mas esta não foi a única indirecta ao TGV. Manuela Ferreira Leite avisou depois que não vão contar com ela para «assumir projectos que contribuirão para aumentar o endividamento do país», acrescentando que o PSD vai fazer investimentos públicos, «mas não os megalómanos do engenheiro Sócrates que vão empobrecer ainda mais Portugal». Arrumado o assunto, a líder social-democrata voltou a reiterar que não tenciona privatizar a Segurança Social, responsabilizando os socialistas por esta «manobra inqualificável lançada só para assustar as pessoas». E, a propósito, a candidata avisou que, «daqui a dez anos, os portugueses receberão metade da reforma a que têm direito com base no ordenado bruto com que se aposentam».

Na Guarda, Manuela Ferreira Leite também disse ser «absolutamente essencial» que se baixem os impostos, só que não assumiu essa promessa: «Não estou a dizer que os vou baixar. Mas é certo que não os vou aumentar, optando antes por reduzir a despesa do Estado onde é inútil e existe desperdício», declarou, reiterando que não faz promessas para agradar às pessoas. «Prometer tudo é próprio de quem não sabe o que vai fazer», sintetizou, garantindo que a crise foi «um álibi» para Sócrates. «O que o primeiro-ministro não diz é que o país estava mais pobre antes de se iniciar a crise», afirmou, dizendo ainda que a «situação de crispação social» que se vive no país «não é comum» e deve-se sobretudo ao facto de José Sócrates «não saber governar com as pessoas».

Antes, Carlos Peixoto, candidato pelo círculo da Guarda, tinha pedido «à futura primeira-ministra» para que invista mais no interior, gastando «um bocadinho menos no litoral» e apelou ao voto útil dos eleitores do distrito, considerando que votar no CDS, no Bloco ou na CDU é «um boletim estragado, deitado ao lixo». Por sua vez, Álvaro Amaro recordou que o PSD «fez história» com Cavaco Silva. «Foram anos de desenvolvimento, mas depois veio António Guterres e deixou o país num pântano. Hoje temos que nos lembrar que José Sócrates também é responsável por isso», argumentou, pedindo a Manuela Ferreira Leite para «parar agora o TGV e fazê-lo depois». É que o líder da distrital disse querer «um país equilibrado, não um país hipotecado para os meus filhos e netos».

Luis Martins Líder do PSD foi acompanhada por uma multidão até ao Hotel Turismo

Manuela contra «projectos megalómanos» de
        Sócrates

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