”Três vidas ao espelho” é o título do novo livro de Manuel da Silva Ramos, um romance que conta as histórias de Brigas, um contrabandista da Bismula (Sabugal), e de dois emigrantes bem-sucedidos.
Nas livrarias desde o passado dia 12, este é o 15º livro do escritor covilhanense e o quinto com a chancela da D. Quixote. “Três vidas ao espelho”, apresentado no último sábado na Livraria Barata, em Lisboa, é «o elogio do emigrante português» e «também um romance autobiográfico», conta Manuel da Silva Ramos – que foi exilado político em França, onde esteve durante 27 anos. As personagens são «construídas a partir de pessoas reais» e ainda das «muitas histórias extraordinárias» que foi ouvindo e anotando durante as suas viagens entre França e Portugal, refere o escritor. Para além de Brigas, assassinado pelas costas nas andanças do contrabando, o livro fala de Diamantino Alves, que fez fortuna em África, e de François da Silva, um primo do escritor que conseguiu afirmar-se no mundo do cinema, em Cannes. «Sou um escritor que se preocupa imenso com aqueles que não têm voz e são marginalizadas», explica Manuel da Silva Ramos, ao constatar que «durante muito tempo os emigrantes foram humilhados e mal vistos».
«E reabilito a memória dos contrabandistas, que foram em tempos importantes para a economia da raia», acrescenta. Manuel da Silva Ramos nasceu na Covilhã em 1947. As suas obras de maior sucesso são “Os três seios de Novélia”, que lhe valeu o Prémio de Novelístiva Almeida Garrett de 1968, aos 21 anos de idade, e “Café Montalto”, de 2003, dedicado às memórias da indústria têxtil na Covilhã.