Foi no dia 3 de novembro de 1918 que nasceu, na Sertã, Manuel Antunes. Oriundo de uma família humilde, aos 14 anos deu entrada no Seminário Menor da Companhia de Jesus, em Guimarães. Quatro anos depois torna-se jesuíta, para mais tarde se doutorar em Filosofia e Teologia, na Faculdade de Granada.
Em 1949 é sacerdote e professor de História da Literatura Grega e de História da Literatura Latina, na Sociedade de Jesus. Em 1957, a convite de Vitorino Nemésio, vem para a Faculdade de Letras de Lisboa, onde lecionou várias disciplinas do curso de Filologia Clássica até 1983, sendo-lhe conferido, em 1981, o grau de Doutor Honoris Causa. Os seus primeiros escritos são publicados na revista “Brotéria”, tendo-se estreado com o ensaio “A poesia modernista. De Orpheu a Altitude”, que larga repercussão. Mais tarde, em 1955, passa a fazer parte da redação e, posteriormente, assumirá a direção durante cerca de 20 anos.
A sua obra abrange temas literários, filosóficos e culturais, muitos deles publicados com 124 pseudónimos. Colaborou igualmente na “Revista Portuguesa de Filosofia” e na “Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura”. Foi um mestre dedicado que marcou para a vida milhares de estudantes que, ao longo de mais de um quarto de século, passaram pela sua Faculdade desde 1957. Também o seu sentido humanista chegou ao grande público, graças aos inúmeros artigos que foi publicando e à sua vasta obra editada que deixou.
Foi condecorado como Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, da Lealdade e Mérito, em 3 de agosto de 1983. Foi conselheiro do Presidente da República, Ramalho Eanes. Morreu em Lisboa a 18 de janeiro de 1985.
Por: Américo Brito