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Manual de como “fintar” portagens na A23 e A25

Livro “Pare, SCUT e Olhe” explica como minimizar custos de circulação nas autoestradas com portagens eletrónicas

«Uma aberração». É a palavra que o autor do livro “Pare, SCUT e Olhe” encontra para classificar o troço da Estrada Nacional 16 entre Pínzio e Vilar Formoso, a alternativa existente para quem não quiser pagar portagens na A25. A obra está nas livrarias de todo o país há uma semana e quer ajudar os automobilistas a minimizarem os custos de circulação nas antigas SCUT, como é o caso das duas autoestradas que cruzam a Beira Interior.

A ideia de escrever este livro nasceu «praticamente logo quando foram aplicadas as portagens» nas autoestradas que não tinham custos para os utilizadores, numa medida «péssima» que «agravou os custos de deslocação dos portugueses, isolou as regiões do interior e fez aumentar os engarrafamentos, a poluição e os acidentes», considera Rui Cardoso. O jornalista do “Expresso”, natural de Lisboa, mas cujos avós paternos eram de Alcains e de Castelo Novo, revela que o livro é o corolário de um «trabalho muito longo de quase dois anos», em que fez «longas viagens» para «aferir no terreno» os melhores itinerários a recomendar aos leitores. O autor sustenta que é possível «evitar ou minimizar os custos» de circulação na maior parte dos casos, «conjugando uma utilização cirúrgica dos troços portajados com itinerários alternativos». Para tal, disponibiliza uma recolha completa de percursos, acompanhados de mapas explicativos, permitindo aos automobilistas «poupar dinheiro, viajar tranquilamente e (re)descobrir o país que existe para além do betão e dos viadutos».

Rui Cardoso adianta ter encontrado «coisas engraçadas» durante o trabalho de campo, como numa viagem de Castelo Branco para a Covilhã em que «fintei os pórticos» até Castelo Novo, entrando e saindo da A23. Já quem circular da Covilhã para Belmonte também pode poupar algum dinheiro, viajando «sem pagar» até Caria e seguir depois pela municipal junto à linha do comboio, o que «se faz perfeitamente bem». O mesmo acontece entre a Guarda e Celorico da Beira, utilizando o troço do antigo IP5 com entrada no Alvendre. Em sentido inverso, da Guarda para Vilar Formoso, «se até Pínzio ainda se vai bem» pela EN 16, daqui para a frente, nomeadamente após Castelo Mendo, a estrada é abominável», alerta o jornalista. Na sua opinião, a introdução de portagens nalgumas zonas do país é uma «injustiça», pois não foi feita com «senso e moderação» e criou uma ideia de «haver portugueses de primeira e outros de segunda».

O autor de “Pare, SCUT e Olhe”, editado pela Lifecooler, considera que «não se pode pagar tanto numa viagem de Lisboa para o Porto como de Torres Novas para a Guarda, quando são menos 100 quilómetros». Por outro lado, critica o facto de alguns pórticos terem sido colocados «nos troços onde faz mais falta circular» face à inexistência de alternativas. O jornalista sublinha que é possível poupar dinheiro com as suas recomendações, uma vez que, além de não se pagar tantas portagens, «ao circularmos nas nacionais, andamos mais devagar e gasta-se menos combustível». Por outro lado, «ainda podemos abastecer os carros em postos onde o combustível é mais barato do que nas autoestradas», acrescenta.

Ricardo Cordeiro «Conjugando uma utilização cirúrgica dos troços portajados com itinerários alternativos» é possível «minimizar» custos de circulação

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