Criticar um conjunto de práticas, confrontar as pessoas que as têm, denunciar a persistência de maus comportamentos é o oposto de produzir histeria a partir do mínimo, é o oposto de hiperbolizar o corriqueiro, é o oposto de subverter verdades, é o oposto de criar melindre onde ele não existe, é o avesso de buscar lenha para tramar outros. A denúncia de más condutas, a vigilância de esbanjamentos desnecessários, a oposição pública a quem fanatiza, a quem oprime, a quem subjuga, é um ato de cidadania. Coragem é avisar antes da denúncia, é informar o prevaricador da pertinência da nossa oposição, é esclarecer as nossas discordâncias e sem rodeios clarificar as divergências. Se o chefe é um homem culto e tolerante ouve, se é um tirano com casaco de ovelha procurará infernizar a nossa vida, se é um hipócrita dirá “mais uma deste maluco” e nada mudará. Há um sem número de modos de atuar e nenhum deles deve ser o ataque a quem previne e a quem informa. De facto na minha vida esta realidade, esta dicotomia tem sido constante. Gosta Cabrita? Não, parece-me mesmo uma coisa que se eu mandasse não deixava fazer. Concorda Cabrita? Não e até me parece muito desagradável que se faça. E pimba, lá vem processo, lá vem uma busca de atos que se possam criticar. O ataque é na fronteira do que é lugar-comum ou senso comum. Eu vagueio nessa linha com farpas, escrevo nesse limbo, tenho opções terapêuticas e comportamentais nesse limite sombrio. Mas o mais importante da diferença é a resistência, é prosseguir sem medo e consolidar pilares que são os princípios com que norteamos a vida. Vou manter a crítica e a oposição mas sempre no pressuposto de que estarei preparado para governar. E também isto lhes dói.
Por: Diogo Cabrita