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Mais empresas e menos insolvências na Guarda em 2009

Presidente do NERGA aponta criação do próprio emprego como resposta à perda do posto de trabalho como explicação para novas firmas

O distrito da Guarda registou no ano passado um crescimento na criação de novas empresas face a 2008, ainda que de apenas um ponto percentual, e um decréscimo de insolvências, de 0,3 por cento, diz o estudo anual da Coface, divulgado na semana passada. Apesar dos dados parecerem animadores, o presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda refere que «reflectirão o encerramento de grandes firmas e a criação de micro-empresas, o que se deve essencialmente à formação do próprio emprego».

Na última edição do estudo de insolvências e constituições de empresas da Coface, o distrito aprece com 0,8 por cento das insolvências registadas a nível nacional e com 1,1 por cento de constituições, apresentando uma taxa de incidência de 1,3 por cento. O estudo coloca a Guarda numa posição confortável, já que, no panorama nacional, há a contabilizar um crescimento de 49 por cento das insolvências e uma quebra de 15 relativamente a novas firmas, registando-se um total de 1.250 falências e 30.412 constituições. O aumento de um ponto percentual referente à constituição de empresas na Guarda é «até estimulante», mas, para Pedro Tavares, o estudo acaba por não conseguir traçar a realidade do tecido empresarial da região por não apontar o número de encerramentos que não precisaram de chegar aos tribunais e que serão «a grande maioria». Além disso, também não diz quais os sectores de actividade destas novas firmas, constata.

«Houve, efectivamente, o fecho de empresas industriais», que deixaram pessoas sem trabalho e que «terão optado por criar o seu próprio emprego», considera Pedro Tavares, analisando desta forma o aumento de 0,1 por cento nas constituições. Referindo-se em particular ao sector têxtil, o presidente do NERGA afirma que, «quando fecha uma, dificilmente abrirá outra». «O saldo é extremamente negativo», avalia Pedro Tavares, ao recordar que «foram muitos os postos de trabalho que se perderam» no ano passado. «Hoje em dia é muito complicado começar uma empresa», garante, ao falar ainda no domínio dos grandes grupos económicos. «Sentiram-se alguns sinais de retoma antes do período eleitoral» no distrito, mas, no geral, «o “feedback” que temos não é o melhor», acrescenta.

Para fazer face à actual situação que se vive na região, o NERGA está «a auxiliar os associados na realização de estudos para o QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) e está com uma dinâmica muito grande», diz Pedro Tavares. Para o empresário, uma das soluções para inverter a actual conjuntura está na união de esforços entre as firmas, principalmente as que estão no mesmo ramo de actividade: «É extremamente urgente que se formem “clusters”, à semelhança do que está a ser feito ao nível dos transportes». O projecto em causa, que O INTERIOR noticiou em Março do ano passado, visa a criação de uma grande transportadora de mercadorias, com ambição nacional e até internacional, e «está a avançar», garante Pedro Tavares.

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