A grande maioria dos Portugueses, associa o mês de Maio, ao mês do coração. Durante este mês fala-se muito em estilos de vida saudáveis e em factores de risco cardiovascular. As Doenças Cardiovasculares – AVC (Acidente Vascular Cerebral),e EAM (Enfarte Agudo do Miocárdio), constituem em Portugal, as principais causas de mortalidade e morbilidade em indivíduos acima dos cinquenta anos de idade. De entre os factores de risco cardiovascular, os mais conhecidos são a hipertensão arterial, a diabetes, a dislipidémia e o tabagismo. No entanto, são também factores de risco cardiovascular, o stress, o sedentarismo, a idade, o sexo, a história genética, e a obesidade. Relativamente a este ultimo factor de risco, sabe-se que em Portugal, nos últimos 30 anos, a obesidade triplicou, e que cerca de 15 a 20% dos nossos jovens e adolescentes têm excesso de peso, o que significa que cerca de 50% da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade já instalada. Sabe-se também, que é a gordura localizada na região abdominal, a que mais influência tem, como factor de risco para doenças cardiovasculares. Na prática, utilizamos como indicador da deposição de gordura na zona abdominal, a medição do perímetro da cintura. Com uma simples fita métrica pode medir-se o perímetro da cintura, basta para isso coloca-la à volta da cintura, abaixo do umbigo e acima das cristas ilíacas. Valores de perímetro da cintura até 80cm nas mulheres e 94cm nos homens, são considerados normais. Valores acima de 88cm nas mulheres e de 102cm nos homens aumentam o risco de doença cardiovascular. Mas a acumulação de tecido adiposo ou seja, a obesidade, resulta na maior parte das vezes de uma alimentação desequilibrada, onde, o consumo exagerado de açúcares simples e alimentos ricos em gorduras são os grandes responsáveis. A obesidade, aumenta o risco de outras patologias entre as quais, a diabetes mellitus, a hipertensão arterial e a dislipidémia, que são, como referi anteriormente, também factores de risco cardiovascular. No que diz respeito ao consumo de gorduras, as mais maléficas, são as saturadas, que levam ao aumento dos níveis do colesterol LDL, o “mau” colesterol. O consumo excessivo de carnes vermelhas, queijos amarelos, manteiga e ovos, entre outros, faz elevar o nível deste tipo de colesterol. Quanto aos outros grupos de gorduras, as poliinsaturadas, presentes nos peixes, no óleo de amendoim, de soja e de milho, e as monoinsaturadas, presentes no azeite, se não consumidas em excesso, são benéficas para o organismo, podendo, em associação com o exercício físico, aumentar os níveis do colesterol HLD, o “bom” colesterol, que ajuda a eliminar o mau colesterol.
Não posso deixar de fazer uma referência ao sal, ao seu consumo excessivo, e à sua relação com a prevalência da hipertensão arterial, em Portugal, também ela factor de risco cardiovascular.
Em conclusão e em jeito de resumo, estas são as minhas sugestões para o mês do coração:
Cozinhe com menos sal, use ervas aromáticas, reduza o consumo de álcool, de açúcares simples e de gorduras saturadas. Deixe de fumar, caminhe pelo menos durante meia hora todos os dias e controle a sua pressão arterial. Coma menos e mais saudável, para manter o peso ideal. Vai valer a pena emagrecer, afinal é a sua saúde que está em causa!
Por: Inês Campos
