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Magusto da Velha cumpre-se há 319 anos

Tradição

Não haverá no distrito da Guarda tradição natalícia tão antiga como o “Magusto da Velha”, que se cumpre religiosamente há 319 anos em Aldeia Viçosa (Guarda). Um dia depois do Natal reza-se uma missa por uma benemérita e oferecem-se castanhas e vinho à população.

É assim o “Magusto da Velha”, que remonta ao século XVII e teve origem na herança deixada por uma mulher abastada, de nome desconhecido. E tudo volta a acontecer no dia 26 no largo principal desta aldeia do Vale do Mondego. Depois da missa (14 horas), serão lançados 150 quilos de castanhas da torre da igreja para o adro onde, quando estas se apanham do chão, os mais jovens aproveitam para saltar para as costas de quem se baixa para as agarrar nas já tradicionais “cavaladas”. A Junta de Freguesia oferece o vinho da Quinta do Ministro e provas de azeite de Aldeia Viçosa. Na edição deste ano a organização preparou uma novidade: a dramatização do evento pelo grupo de teatro HEREDITAS. Haverá também muita animação com o grupo de concertinas de Pêro Soares e uma rubrica “Á conversa com…” (16 horas) no Salão Cultural, com o professor Cameira Serra e um técnico da autarquia que falará sobre o quadro de Grão Vasco que está na Igreja Matriz e que a organização crê contemporâneo da Velha.

O “Magusto da Velha” tem origem numa herança feita, em 1698, aos habitantes de Aldeia Viçosa por uma mulher abastada cuja identificação ainda não foi apurada. Segundo a tradição, a “velha”, como passou a ser tratada popularmente, quis que os residentes comessem castanhas e bebessem vinho uma vez por ano e, em troca, rezassem um pai-nosso pela sua alma. A herança que está na origem da tradição de Aldeia Viçosa é mencionada no “Livro de Usos e Costumes da Igreja do Lugar de Porco – Ano de 1698” e, ainda hoje, a Junta de Freguesia recebe anualmente uma renda perpétua de 48 cêntimos de euro, que é depositada na sua conta bancária pelo Instituto de Gestão do Crédito Público.

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