Traição e morte são alguns dos ingredientes de “Macbeth”, um clássico de Shakespeare revisto pelas Produções Própero/Teatro da Trindade/Inatel que está em cena, sábado à noite, no grande auditório do TMG. A peça é uma metáfora à ânsia pelo poder que, muitas vezes, acaba por ser prejudicial a quem o persegue.
“Macbeth” é o retrato de um homem cujo declínio faustiano faz dele vítima de si próprio e vitimizador de todos os que se lhe opõem. A sua verdadeira tragédia é a incapacidade do protagonista voltar atrás, de refazer o seu percurso e, consciente desta incapacidade, a submersão da honra, até ao seu fim sangrento que o liberta, na morte. O actor João Lagarto veste a pele de Macbeth, que, instigado por três bruxas, perde-se na ambição de alcançar o poder e acaba, com a ajuda da mulher, Lady Macbeth, por mandar matar o rei. Os fantasmas da tragédia não o deixam sossegar. Quando volta a mandar matar para que todos os que o perturbam desapareçam, Macbeth vê-se confrontado com a sua própria maldade e o feitiço vira-se contra o feiticeiro. A encenação é de Bruno Bravo e a interpretação de Anabela Brígida, António Rama, Bruno Simões, Cristina Carvalhal, Diogo Dória, João Lagarto, Sérgio Praia e Valerie Braddell. Já a tradução e adaptação do texto é de Fernando Villas-Boas.
Esta é uma das mais conhecidas histórias escritas por William Shakespeare. Na realidade, Macbeth foi Rei da Escócia no século XI. Para se conseguir apoderar do trono matou o rei Duncan I, mas, mais tarde, foi derrubado pelo filho do homem que tinha assassinado. Esta história inspirou Shakespeare que, em 1605, escreveu a peça homónima. Os temas da peça têm, por isso, a ver com ambição, lealdade e traição. Trata-se de uma batalha entre o bem e o mal e onde o sobrenatural também joga um papel importante. Poeta e dramaturgo inglês, William Shakespeare (1564-1616) escreveu 37 peças para teatro.