«Sinto muita emoção em receber um prémio com o nome de Eduardo Lourenço», disse Luís Sepúlveda no seu discurso na cerimónia de entrega do galardão. O romancista chileno recebeu na sexta-feira, na Guarda, o Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 7.500 euros, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).
Na sessão, que decorreu na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), Luís Sepúlveda revelou que o prémio tem «um significado muito especial e muito emotivo», deixando um «muito obrigado». Em declarações aos jornalistas, o escritor acrescentou que foi com «orgulho e alegria» que recebeu um galardão com o nome de «um dos pensadores e intelectuais» que admira. Aos seus netos, que conhecem a história do pirata alentejano Capitão Valdemar, o homenageado vai contar que «estive em Portugal e recebi uma parte do tesouro do pirata». A cerimónia contou com intervenções do pensador Eduardo Lourenço, para quem «o autor escolhido é um grande escritor de reputação mundial». Com emoção, o ensaísta felicitou Luís Sepúlveda pela conquista, embora «não saiba porquê o prémio tem o meu nome», ironizou. Por sua vez, Fernando Paulouro Neves, que apresentou a candidatura, fez o elogio do galardoado, afirmando que a sua obra se ajusta «como poucas» ao patrono do prémio. «É uma enorme honra ter proposto a sua candidatura», sustentou.
Também o presidente da Câmara da Guarda deixou uma palavra ao escritor, que considera «um cidadão do mundo». Álvaro Amaro aproveitou o momento para anunciar que no próximo ano, além deste prémio, o CEI vai atribuir pela primeira vez o Prémio CEI Investigação, Inovação e Território com o objetivo de «distinguir a investigação inteligente, a inovação e o empreendedorismo». O novo galardão terá o valor global de 5.000 euros e premiará duas modalidades, com 2.500 euros cada uma, a investigação e a inovação e território. Luís Sepúlveda nasceu em Ovalle, no Chile, em 1949. Atualmente vive em Gijon, Espanha, e da sua vasta lista de obras encontra-se “O Velho que lia Romances de Amor” e “História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar”. O Prémio Eduardo Lourenço teve a sua primeira edição em 2004, tendo já distinguido diversas personalidades e instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica.
Patrícia Garrido