À terceira foi mesmo de vez e o Desportivo de Gouveia pôde festejar a conquista da Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda. Numa final presenciada por algumas centenas de adeptos, o terceiro do Distrital levou a melhor sobre o líder Sporting da Mêda ao ser mais feliz nas grandes penalidades após uma igualdade a zero no final do tempo regulamentar.
A formação medense entrou melhor no encontro e poderia ter marcado logo aos três minutos, valendo Cláudio Buffon, rápido a sair dos postes, a negar o golo a Batata. Aos 11, o goleador da Mêda introduziu a bola na baliza contrária mas o lance já tinha sido invalidado por ajeitar o esférico com a mão. O Gouveia reagiu no minuto seguinte, mas Octávio cabeceou ao lado, e, aos 22’, Jean quase fez auto-golo. Perto da meia-hora, Octávio teve uma boa iniciativa individual mas o remate saiu muito por cima. Aos 33’, Tibério teve um grande pormenor, deixando Pedro Ferreira no chão antes de rematar para uma boa defesa de Cláudio Buffon. Na segunda metade, a Mêda continuou com maior posse de bola e, aos 47’, Patoilo, em boa posição, cabeceou muito torto.
A situação mais perigosa do Gouveia em todo o encontro surgiu aos 54’ por intermédio de Octávio que rematou fortíssimo do “meio da rua” para uma excelente intervenção de Zé Luís. Volvidos dez minutos, o comandante do campeonato desenhou uma boa jogada coletiva com Jean a ver o seu remate intercetado por um defensor contrário. O último lance de registo aconteceu aos 75’ com Salcedas a rematar para defesa algo atabalhoada de Cláudio Buffon com os punhos. A partir daqui, as duas equipas mostraram-se sempre mais preocupadas em não sofrer golos do que em tentar marcar, deixando os minutos passar até ao apito final. Na “lotaria” das grandes penalidades, depois de Batata, Fábio Nascimento e Jean marcarem, o gouveense Fábio Rebelo foi o primeiro a falhar, permitindo a defesa a Zé Luís. Depois, André Barra e Marco Xará também marcaram, antes de Salcedas fazer uma “paradinha” e acertar no poste direito. Com oportunidade de colocar tudo igual de novo, Bruno não desperdiçou e fez o 3-3, até que na quinta e decisiva rodada, Patoilo quis marcar muito rápido e possibilitou a defesa a Cláudio Buffon. Com a decisão “nas mãos”, Gonçalo não vacilou e marcou o penalti que despoletou uma explosão de alegria entre atletas e adeptos gouveenses. Trabalho positivo do trio de arbitragem liderado por Sérgio Guelho.
No final, os sentimentos dos dois treinadores eram obviamente diferentes. Pelo lado dos vencedores, Jorge Cardoso estava bastante satisfeito: «Pelos vistos, à terceira é sempre de vez e acho que esta equipa mereceu muito esta taça porque no início ninguém acreditava em nós e vamos em terceiro, ganhámos a final da taça e só não conseguimos mais por causa de algumas coisas inexplicáveis». Pelo lado da Mêda, Artur Lobão frisou que a sua equipa fez «tudo para ganhar a taça mas a sorte não esteve do nosso lado», sublinhou. Em relação ao campeonato, «temos dois jogos bastante complicados com equipas difíceis mas vamos tentar ganhar os jogos», garantiu o treinador da Mêda.
Ricardo Cordeiro