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Lítio juntou especialistas na Guarda

Visita à mina de Gonçalo foi uma das atividades promovidas na terça-feira no âmbito do projeto REMIX, que envolve investigadores do IPG

No âmbito do projeto REMIX – Regiões Mineiras Europeias Verdes e Inteligentes, que se centra no desenvolvimento de estratégias eco-inovadoras para a indústria mineira, um grupo de ação local visitou na terça-feira a mina C-57 em Gonçalo (Guarda).

Envolvendo docentes do IPG e de outras instituições portuguesas e europeias, o REMIX pretende estimular as regiões europeias com minas (como é o caso da região Centro) a desenvolverem estratégias para a implementação de projetos mineiros mais eficientes que salvaguardem o ambiente e promovam o crescimento de emprego através do fomento do envolvimento das Pequenas e Médias Empresas (PME). «Trata-se de um projeto que está muito ligado às boas práticas e aos ensinamentos que podemos tirar de cada região europeia envolvida», explica José Carlos Kullberg, acrescentando que o objetivo é cruzar «experiências e conhecimentos» para que no final se possa fazer um relatório «em termos da gestão das áreas mineiras em vários países da Europa». Para o professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a área mineira «é fundamental para a economia» e é necessário «explorar e otimizar recursos através da comparação de experiências» com outras regiões.

No caso da mina situada em Gonçalo, que está muito associada à vertente cerâmica, José Carlos Kullberg diz que «eventualmente pode ter outros destinos». Quando questionado sobre quais as potencialidades desta região em termos da exploração de lítio, o professor reforça «o lítio daqui é associado a feldspatos» e por isso não é usado diretamente para a produção de baterias, por exemplo. José Carlos Kullberg diz-se entusiasmado com o REMIX e garante que as «expetativas são muito boas», acrescentando que as explorações mineiras «movimentam a economia local e nacional». Também Alexandra Rodrigues, representante da CCDR Centro, vê no REMIX a possibilidade de «valorizar aquilo que neste momento está a ser desvalorizado e, muitas vezes, abandonado». «O nosso papel é tentar criar pontes e sinergias entre projetos», refere a responsável, segundo a qual ainda «há muita investigação a fazer». «Sabemos que existem outros países onde a exploração de lítio é feita de forma muito mais eficiente e com um custo reduzido e, portanto, temos que encontrar uma forma de processar o lítio que temos de forma abundante na nossa região para lhe dar valor económico», defendeu a representante da CCDR Centro. De acordo com Alexandra Rodrigues, começa a haver interessados na exploração deste recurso na região, «mas primeiro tem que ser feito este trabalho de investigação».

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