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Lince vai regressar à Serra da Malcata

Ministério do Ambiente acorda com o município de Penamacor a criação de um Centro de Aclimatação deste felino em vias de extinção

O concelho de Penamacor, que partilha com o Sabugal a Reserva Natural da Serra da Malcata, vai acolher um centro de aclimatação do lince ibérico, cujo protocolo de instalação será assinado a 28 de Julho pelo ministro do Ambiente, anunciou o presidente do município.

Segundo Domingos Torrão, o espaço deverá receber linces provenientes do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro, inaugurado em Maio deste ano em Silves. O centro de aclimatação resulta de um compromisso assumido então por Nunes Correia, na sequência das críticas dos autarcas de Penamacor e do Sabugal por a Serra da Malcata, que foi o local onde se avistou o último lince em Portugal, ter sido preterida neste projecto. De resto, um dos objectivos que esteve na origem da criação daquela reserva, em 1981, foi a protecção do lince ibérico, mas sem sucesso. Para acalmar a polémica, o ministro revelou que a opção terá ficado a dever-se ao facto da empresa multimunicipal Águas do Algarve financiar a instalação do centro em Silves como compensação pela construção da Barragem de Odelouca. E prometeu compensar a Malcata.

Pouco tempo depois, o secretário de Estado do Ambiente veio ao Sabugal tranquilizar os autarcas, dizendo que os linces criados «regressarão à natureza quando possível, nos locais mais adequados, à cabeça dos quais está a Malcata». Humberto Rosa considerou mesmo que a área protegida raiana é «particularmente adequada» para vir a ser uma das zonas de reintrodução e para receber um cercado experimental em que os linces criados em cativeiro vão ter o primeiro contacto com a natureza. O centro de Silves, com capacidade para 16 animais, recebeu este ano os primeiros residentes provenientes de Doñana (Andaluzia), uma das duas colónias que restam na Península Ibérica, ambas em Espanha. Na altura, apontava-se para 2012 a possibilidade de introdução dos primeiros exemplares no seu habitat natural. Até lá, os municípios de Penamacor e do Sabugal registaram a marca “Terras do Lince”, tendo em conta a ligação da espécie à região, para promoção de produtos locais e do turismo. Projectada está também a construção de um Centro de Interpretação do Lince Ibérico, que deverá custar mais de 1,5 milhões de euros e foi candidatado pela Câmara de Penamacor ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Uma das duas colónias que restam deste felino na Península Ibérica está no parque natural de Doñana (Andaluzia)

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