Quando alguns são empurrados por falsas positivas, por descarada negligência para um mérito que nunca tiveram, isso é desigualdade. Quando se dificulta o mérito em prol da “afirmative action” (discriminação positiva ou “contingentes de”) aí o processo encontra a fronteira do irrazoável e surgem os gatilhos da injustiça construídos em pilares de incoerência. Hoje há um ostracismo que vem da construção desta opção. Realmente, gente diplomada mas menos qualificada atinge patamares de liderança que jamais lhe couberam. Os outros, no silêncio do desprezo, na força de saberes insultados pela tolerância excessiva, arrastam as instituições e alteram os resultados. Os “levados ao colo” querem ser farmacêuticos sem estudar na exigente Faculdade de Farmácia. Os “levados ao colo” querem prescrever medicação sem cursar as horas duras do estudo que permite chegar a Medicina e fazer seis anos de Faculdade. Os “levados ao colo” terminam os liceus carregados de iliteracia. A tolerância política aos mecanismos enviesados de chegar lá sem percorrer o caminho terão consequências imorais lá para a frente. Tudo isto vem de uma iniquidade, de um desajuste do Estado. Os salários são excessivamente diferentes para quem não tem diplomas e papéis apesar de desempenhar tarefas importantes com esmero e de modo incriticável. Assim subimos patentes para aumentar salários em vez de dar o justo a quem o merece. Merecem os simples e os específicos, merecem os trabalhadores indiferenciados e os especialistas. O dinheiro é o valor motor da sociedade e desse modo tem de ser gerido.
Por: Diogo Cabrita