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Leonor Cipriano marca a diferença na Covilhã

É a única mulher presidente de Junta nas 31 freguesias do concelho, mas acredita que, afinal, a culpa é das próprias mulheres

Com a vitória alcançada no Paúl a 9 de Outubro, Leonor Cipriano ganhou ainda outro estatuto no concelho da Covilhã: o de ser a única mulher presidente de Junta. Entregue agora aos comandos da vila, a autarca, que liderou uma lista independente com o apoio do PSD, conta que as lides políticas tiveram início há quase 10 anos, quando regressou a Portugal, vinda da Suíça, para abrir um negócio próprio no ramo da hotelaria.

Na altura, coube-lhe o cargo de presidente da Assembleia de Freguesia, movida pelo pai, «que também fazia gosto na política», mas no último mandato ocupou o cargo de tesoureira na Junta do Paúl. Apesar desse passado, Leonor Cipriano garante que não se vê «como política», preferindo antes a designação de «cidadã activa que procura trabalhar pelas suas origens», corrige. Não tem sequer «ambições de cariz político», garante. Quanto ao facto de ser a única senhora a ocupar a presidência de uma Junta no município, confessa que gostava de ter «mais colegas mulheres», mas assegura desde logo que nunca foi «vítima de qualquer tipo de discriminação». Ainda assim, vai admitindo que talvez ainda exista um certo «tradicionalismo» na forma de encarar as mulheres na política: «Pensa-se que uma mulher não é tão carismática e não transmite uma imagem de confiança ou de força», lamenta, sublinhando ser-lhe indiferente ser mulher. «Não me sinto diferente e sinto-me tão capaz como qualquer um dos meus colegas», assegura. E como se não bastasse, a presidente do Paúl acredita que a falta de mulheres na política é culpa das próprias, que «não se empenham e não vão à luta», pois talvez tenham «medo de se expor e de dar cara».

Em matéria de projectos, a sua prioridade será a remodelação da escola do primeiro ciclo do Paúl. «Tirando as freguesias urbanas, somos aquela com mais crianças nesta idade, perto de 100», revela, admitindo por isso que vai ser necessário remodelar «quase completamente» as actuais instalações. Posteriormente, e já com o projecto elaborado, está o quartel dos bombeiros, que incluirá um anfiteatro. «É uma obra há muito prometida», lamenta a autarca, para quem «desta vez é que é, pois até já conseguimos o aval positivo da Câmara», anuncia. Igualmente concluído está o projecto de alargamento do cemitério local, «para mais de metade». Leonor Cipriano refere que a Junta anterior já fez os contratos de compra e venda com os proprietários dos terrenos e que até já foi paga «uma primeira prestação». A ribeira do Paúl, «uma das mais procuradas da região», constitui outra das preocupações da sua equipa por se encontrar «abandonada e pouco estimada». Mas a nóvel presidente promete avançar com a reconversão dos moinhos e lagares, para além da criação de «um parque pedonal ao longo da ribeira», intervenções para levar a cabo após a conclusão de um estudo que vai começar «nos próximos meses», garante.

Rosa Ramos

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