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Laboração suspensa na Panasqueira após acidente mortal

Mineiro trabalhava no escoramento de uma nova galeria, a 180 metros de profundidade

Todas as actividades das Minas da Panasqueira foram suspensas na passada terça-feira em sinal de luto pelo acidente que provocou a morte de um trabalhador, ocorrido na véspera, anunciou o director da empresa, Fernando Vitorino. O desprendimento de uma rocha durante os trabalhos de escoramento de uma nova galeria, a 180 metros de profundidade, pelas 21h40 de segunda-feira causou a morte de um mineiro 38 anos.

O funcionário era natural do concelho de Celorico da Beira, mas mudou-se em criança com os pais para a freguesia de Silvares (Fundão), onde residia, a cerca de 20 quilómetros do complexo mineiro. Era casado e pai de dois filhos menores, de 14 e cinco anos. «Tomámos a decisão de dispensar os trabalhadores com o dia pago, dada a consternação e o choque provocado pelo acidente», disse Fernando Vitorino, director da empresa Beral Tin & Wolfram Portugal SA. A administração também dispensou os trabalhadores para participarem no funeral, realizado ontem à tarde. A Inspecção do Trabalho já esteve no local do acidente e, segundo Fernando Vitorino, de acordo com as informações obtidas, «todas as normas de segurança estavam a ser cumpridas». Apesar de estar acompanhado na frente da nova galeria no momento do acidente, o colega de trabalho da vítima mortal tinha-se deslocado para outro ponto da mina para descarregar detritos. Segundo relatou terça-feira perante a direcção do complexo, ausentou-se apenas por alguns minutos, mas quando regressou, o colega já estava soterrado. As Minas da Panasqueira, situadas numa encosta da Serra da Estrela, no concelho da Covilhã, exploram tungsténio e têm em laboração 212 trabalhadores. O último acidente mortal aconteceu em Janeiro de 2001, quando outro mineiro morreu soterrado.

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