A Junta de Freguesia de São Pedro, em Trancoso, enviou, na semana passada, um ofício ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações a manifestar a sua «total oposição e discordância» face à introdução de portagens na A25 e A23.
A medida «contribuirá apenas para manter e […] aumentar as assimetrias» regionais e para «o incentivo ao abandono das populações do interior, rumo ao litoral, com todas as consequências daí provenientes», lê-se na carta. Um dos argumentos da Junta é o de que «todos os estudos conhecidos sobre o grau de desenvolvimento e riqueza das várias regiões do país apontam esta como uma das que ainda se encontra abaixo da média nacional». Além disso, «não existem verdadeiras alternativas» a estas SCUT, constata a Junta presidida por Eduardo Pinto, defendendo que o interior precisa de «políticas de discriminação positiva e não o inverso». «Viver nesta região continua a ser sinónimo de mais custos», argumenta ainda. E aponta exemplos: «Aqui não existe uma rede de transportes públicos que permita a mobilidade das pessoas, nem estabelecimentos de ensino superior tão próximos que dispensem o custo do alojamento dos nossos estudantes, como nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, e nem Hospitais Centrais que dispensem os custos de deslocação para tratamentos mais complexos ou consultas de especialidade», lê-se ainda.
