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Junta de São Miguel reuniu população para discutir reorganização das freguesias

João Prata voltou a mostrar-se contra a proposta da Câmara da Guarda e promete lutar pela defesa da freguesia

A Junta de Freguesia de São Miguel promoveu na noite de segunda-feira uma reunião geral da população, para debater a reorganização administrativa do território das freguesias do concelho da Guarda, apresentado pela Comissão Municipal e subscrito pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal.

A decisão de reunir a população surgiu na sequência da reunião extraordinária da Assembleia de Freguesia, que decorreu na passada sexta-feira, e que deliberou por unanimidade «repudiar a forma e tratamento» da Comissão Municipal e da Câmara da Guarda para com a freguesia, «ao proporem a sua extinção e consequente agregação às outras freguesias urbanas». Foi ainda decidida a apresentação, na Assembleia Municipal que estava marcada para a manhã de ontem, de um «parecer que conduz a um processo diferenciado para a reorganização territorial» do concelho.

O presidente da Junta, João Prata, aproveitou a ocasião para apelar à comparência dos habitantes de São Miguel na Assembleia Municipal de ontem, e salientou que «há razões para que a freguesia continue como está, ou que agregue outras para formar uma freguesia ainda maior». O autarca lembrou os «oito mil habitantes e o aumento do tecido demográfico», o «importante tecido económico», e o facto de São Miguel ser «a fronteira entre a malha urbana e as povoações rurais». «Tudo isso moldou a nossa identidade», afirmou João Prata, enaltecendo também que, segundo os últimos censos, «a cidade perdeu população enquanto nós ganhámos, e de forma significativa».

O presidente eleito pelo PSD disse compreender a decisão do Governo de aglomerar freguesias e mostrou concordância com a proposta original do Governo que «considerava a continuidade territorial e sugeria a junção de São Miguel e Arrifana, enquanto a Sé e São Vicente formariam outra freguesia». João Prata recordou ainda que em dezembro último, a Junta votou por unanimidade uma proposta que sugeria a «junção de São Miguel com Arrifana, Casal de Cinza e Alvendre» formando uma freguesia com cerca de 10 mil pessoas, e enalteceu que «na educação e na saúde essa junção já acontece». O autarca discorda da proposta camarária de junção com as freguesias urbanas da Guarda, e garantiu que vai «lutar para defender a freguesia».

António Monteirinho, candidato do PS à junta de São Miguel nas últimas eleições autárquicas, associou-se à luta pela manutenção da freguesia, argumentando que «São Miguel tem a sua história, as suas características próprias, e como tal deve manter-se autónoma». Monteirinho disse ainda que a decisão da Câmara «não tem lógica» porque «obrigará a que, para resolver qualquer assunto, as pessoas de São Miguel tenham de se deslocar ao centro da cidade».

Abaixo-assinado circula pela freguesia

Entre as iniciativas tomadas pela junta de São Miguel para informar a população sobre as desvantagens da proposta camarária de reorganização do território das freguesias, está um abaixo-assinado que apela à manutenção da freguesia «como entidade político-administrativa autónoma, recusando e repudiando a proposta de agregação às freguesias urbanas» da Guarda. O documento sublinha a «validade e importância das razões» que levaram à criação da freguesia em 1985, e destaca «a evolução demográfica, o tecido socioeconómico, a rede de serviços públicos e a importante localização geográfica» de São Miguel, argumentando ainda que «a lei permite manter» a autonomia política e administrativa da freguesia.

Fábio Gomes Reunião foi bastante participada apesar da hora tardia

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