Matthew Pacheco é um jovem de 19 anos e está prestes a partir para Chengdu, na China, para uma experiência de voluntariado através da associação AIESEC. O estudante do 2º ano de Engenharia Mecânica, em Coimbra, integra aquela que já é considera a maior organização mundial de estudantes – AIESEC – cujo lema é «desenvolver a mentalidade e o sentido de liderança dos jovens».
A partir de 6 de agosto Matthew, natural dos Estados Unidos, mas a viver na Guarda desde os oito anos de idade, vai com outros 20 voluntários ensinar inglês a cerca de 90 crianças distribuídas por três escolas, nos subúrbios de Chengdu. «Estas crianças têm níveis de inglês muito baixos e espero fazer a diferença na vida delas, pretendo ajudá-las a dar um futuro melhor às suas famílias», adianta o jovem, que tem consciência que este projeto também será muito enriquecedor para si, e além das várias experiências que vai viver, quer «desenvolver a capacidade de falar em público». O estudante vai ser o único português a integrar este projeto em Chengdu, mas esse não é de todo um fator que o intimide. Através das redes sociais já conheceu alguns dos jovens voluntários que o vão acompanhar nesta aventura e já planeiam como ocupar os tempos livres após o trabalho durante os dois meses do projeto.
A língua vai ser talvez a maior barreira, pois «o mandarim é um desafio gigante, será um grande obstáculo», mas também para isso o estudante de Engenharia Mecânica tem procurado soluções. A Internet tem sido a sua melhor aliada e é através de sites que vai aprendendo «pelo menos o mais essencial» da língua, mas tem consciência que a chegada à China «será um choque cultural». No entanto, Matthew Pacheco, que estudou na Secundária da Sé, diz estar preparado para conhecer a cultura asiática. A poucos dias de integrar aquela que é para já a maior aventura da sua vida, o guardense tem procurado apoio junto de empresas para financiar o seu trabalho de voluntariado. «Procuro material escolar e jogos que facilitem a aprendizagem», explica o voluntário, que nem do outro lado do mundo quer esquecer Portugal e espera «dar a conhecer o nosso país e a nossa cultura» às crianças com que vai contactar.
Até agora, a Livraria Jardim, na Guarda, e o posto de turismo da cidade juntaram-se à sua causa e «forneceram material para as crianças trabalharem e terem a noção do país ao qual pertenço». A AIESEC vai suportar os custos de alojamento, alimentação e alguns transportes em Chengdu, uma cidade do sudoeste da China com 4,6 milhões de habitantes. É capital da província de Sichuan.
Ana Eugénia Inácio