Os advogados do árbitro José Geraldes e da Associação de Futebol da Guarda (AFG) não se entenderam quanto a um possível acordo na tentativa de conciliação realizada, no passado dia 5, no Tribunal da Guarda. Um “desencontro” que remete para a juíza titular do processo a decisão de haver ou não julgamento.
O veterano árbitro, recentemente punido com uma suspensão de quatro épocas pelo Conselho de Disciplina (CD) da AFG, exige uma indemnização de 7.500 euros por «eventuais danos morais» provocados pelas declarações de José Sarmento, presidente daquele organismo, à Rádio Altitude, explica Madeira Amaro, advogado de José Geraldes. As palavras da polémica terão sido proferidas no seguimento da suspensão a que Geraldes foi sujeito na época de 2003/04 devido a suspeitas, nunca confirmadas – tendo o processo sido inclusivamente arquivado –, sobre o jogo Sporting do Sabugal-Souropires. A partida terminou empatada a uma bola, mas o golo dos visitantes resultou de um penalti assinalado já em período de compensação e levantou algumas dúvidas. O árbitro entende que foi alvo de um «comportamento difamatório», pelo que considera o caso uma «questão mais pessoal», reforça o advogado. «Nada tem a ver com a suspensão de quatro anos», adianta. A decisão da juíza, quanto à realização ou não de julgamento, deve ser conhecida dentro de uma ou duas semanas. Recorde-se que, num comunicado publicado no site da AFG, depois da reunião do CD de 26 de Abril, aquele orgão informou que, após consulta à Federação Portuguesa de Futebol, José Geraldes tinha sido suspenso por quatro épocas desportivas «por recurso directo das deliberações deste Conselho de Disciplina aos Tribunais Comuns». Uma decisão que deverá significar o “arrumar das botas” definitivo para o conhecido árbitro do distrito.
