Aquele que era o jogo grande da penúltima jornada da série B da IIª Distrital da Guarda terminou da pior maneira possível. Frente a frente estavam os dois líderes da prova, Açores e S. Romão, e bastava que qualquer uma das equipas vencesse para se encontrar o campeão. O ambiente de festa era nota dominante, já que os adeptos de ambas as formações marcaram presença em massa.
Que nos perdoem os jogadores, dirigentes e adeptos do Açores, assim como alguns atletas, responsáveis e apoiantes do S. Romão, mas somos obrigados a passar o jogo propriamente dito para segundo plano para “relatar” os actos de puro vandalismo protagonizados, de forma intolerável, por alguns adeptos dos visitantes. Estávamos no minuto 75, quando o S. Romão vencia por 1-0 e jogava com dez homens. Um jogador dos locais foi travado em falta pelo guarda-redes adversário e o árbitro assinalou de imediato grande penalidade, mostrando o segundo amarelo ao infractor e o consequente vermelho. Foi esta jogada que marcou o encontro, já que, com o penalti, os protestos foram-se sucedendo e Marco Rodrigues mais não pôde fazer do que mostrar cinco cartões vermelhos, que, a somar aos dois já exibidos, fez com que os visitantes ficassem reduzidos a quatro atletas antecipando o final da partida. E se a festa já estava estragada, pior ficou quando o árbitro e os seus auxiliares foram severamente agredidos quando se encaminhavam para os balneários. O pior poderia ter acontecido não fosse a pronta intervenção da GNR.
Com estes actos, se alguma razão tivessem, os adeptos do S. Romão perderam-na por completo porque a violência não é solução para nada. Mas a sua fúria não se ficou por aqui, pois, com o árbitro a salvo nos balneários, as agressões foram depois direccionadas para os jornalistas presentes. De agressões físicas e verbais, a arremesso de pedras a danificar material de trabalho, houve de tudo um pouco. Um vandalismo extremo que só não ganhou outras proporções e consequências devido à GNR. Situações nada abonatórias para estes supostos “adeptos”, que deveriam ser proibidos de assistir a qualquer manifestação desportiva porque tiveram atitudes de autêntico vandalismo. Mas não foram os únicos, também alguns jogadores tiveram uma atitude condenável ao comportaram-se de igual modo. Após esta autêntica batalha campal resta agora esperar pelo desfecho do campeonato na secretaria, mas tudo leva a crer que a vitória seja atribuída aos Açores, que, aliás, fez a festa da subida após o encontro. Aguardada é também a apreciação das ocorrências por parte do Conselho de Disciplina da Associação de Futebol da Guarda, do qual se espera mão pesada por tudo aquilo que se passou no domingo, até para que sirva de exemplo para salvaguardar situações futuras.
Uma palavra de apreço para o dispositivo policial presente na partida, uma vez que esteve à altura dos acontecimentos e foi solicito a reagir evitando situações mais graves. A GNR acompanhou ainda o trio de arbitragem até às suas casas para que males maiores não acontecessem. Finalmente, cumpre-nos esclarecer que as atitudes relatadas não se aplicam a todos os adeptos do S. Romão, já que a grande maioria comportou-se de uma forma exemplar. Quanto à actuação do trio de arbitragem, não temos dúvidas que Marco Rodrigues esteve francamente bem no lance que ditou esta batalha campal.
Rui Geraldes/ Rádio Elmo