O escultor Jerónimo Brigas faleceu na passada quarta-feira em Salamanca, vítima de ataque cardíaco. Membro fundador da “Arte Livre” – Associação de Artistas Plásticos da Guarda, participou no Verão de 2002 no primeiro Simpósio Internacional de Escultura de Pedra Cidade de Salamanca, no âmbito da Capital Europeia da Cultura, tendo ainda exposto as suas obras na Bienal de Escultura de Béjar. Natural da Guarda, onde nasceu em 1955, Jerónimo Brigas estava radicado nas proximidades de Salamanca – possuía um atelier em Gomecello – nos últimos anos. Segundo o diário salamantino “El Adelanto”, a notícia da sua morte causou «grande comoção» no mundo cultural da cidade. O escultor era um artista autodidacta com 35 anos de carreira, iniciada na Guarda. Identificava-se como artista de espírito inquieto e aventureiro, uma faceta que o levou a viajar por diversos países (Espanha, França, Venezuela, África do Sul, etc.) desempenhando os mais diversos trabalhos, sem nunca esquecer a escultura. Esta experiência multifacetada permitiu-lhe um notável conhecimento dos materiais relevantes nas suas obras. A talha directa da pedra era a sua técnica preferida, a par das influências da escultura africana/indígena que dominam a sua obra. Tinha recentemente alargado a sua actividade artística à pintura sendo esta a transposição dos sentimentos das suas esculturas, às quais se dedicava a tempo inteiro desde o início dos anos 90. Foi distinguido com diversos prémios em Portugal, Espanha e França. Na Guarda, foi o autor da escultura do cónego Quintalo, inaugurada há poucos meses na rotunda da Avenida Monsenhor Mendes do Carmo, na Guarda, em homenagem ao director do antigo Colégio de S. José. Algumas das suas obras podem actualmente ser vistas na mostra colectiva organizada pela Egicar, na Guarda-Gare.
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