O Jardim das Tílias, no Fundão, vai ser transformado este sábado num verdadeiro cenário musical, onde não faltarão o improviso dos metais, o compasso marcado pelo contrabaixo, a irreverência da bateria e a comunhão dos músicos com os instrumentos. Trata-se do primeiro festival “Jazz nas Tílias” que a autarquia fundanense vai promover até 23 de Julho naquele espaço renovado.
A iniciativa começa sábado à noite, na Biblioteca Eugénio de Andrade, com Poezz, uma antologia sobre o jazz na poesia em língua portuguesa. Elaborada por uma equipa de seis pessoas e publicada em 2004, esta obra desvenda as fortes influências do jazz na poesia africana, brasileira e portuguesa do século XX ao princípio deste século. A apresentação estará a cargo de José Duarte, um dos nomes mais conceituados do mundo do jazz português, mas a sessão ficará ainda marcada pela leitura de alguns poemas mais significativos e a audição dos músicos de jazz mais citados pelos poetas. Em Poezz estão publicados poemas de Agostinho Neto ou José Craveirinha (África), Carlos Drummond de Andrade ou Manuel Bandeira (Brasil), Almada Negreiros ou Herberto Hélder (Portugal), entre cerca de 90 poetas. Paralelamente, será inaugurada uma exposição de fotografia sobre a “História do Jazz em Portugal”, igualmente explicada por José Duarte.
Ainda no sábado, mas a partir das 22 horas, o Parque das Tílias receberá a Orquestra de Jazz de Lagos. A 16 de Julho, é a vez do Bernardo Sassetti Trio ocupar o jardim para brindar o público com a música intimista de “Nocturno”, o mais recente registo do pianista. Carlos Barreto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) completam esta formação. Antes, durante a tarde, Bernardo Sassetti irá desenvolver com as crianças uma sessão pedagógica sobre jazz. O Quarteto Patterns encerra, a 23 de Julho, este primeiro festival. O grupo é constituído por quatro músicos portugueses, grande parte deles com um avançado historial no meio jazzístico. Apresenta-se com uma formação típica de jazz, com um saxofonista, um guitarrista, um contrabaixista e um baterista, para tocar um repertório centrado principalmente em “standards” de jazz e originais. Também para este mês, e após o sucesso registado no ano passado, a autarquia do Fundão volta a promover, a partir de dia 18, o Cale Festival uma iniciativa de rua com “performances” artísticas, instalações multimédia, exposições, espectáculos e diálogos com a arte. Tudo até 23 de Julho.