Divide-se entre Lisboa, Seia e os “palcos” dispostos a recebê-lo. Aos 30 anos, Jaime Reis continua a explorar a relação, já longa, com os sons. «Comecei a estudar música com o etnomusicólogo António Tilly, em Seia, com 3 ou 4 anos», recorda.
A vontade de inovar levou-o a compor desde os 12 anos: «Fazia música para eletrónica e eletroacústica inspirado nas coisas que conhecia», adianta Jaime Reis. O primeiro grupo surgiu aos 15 anos, vocacionado para a música contemporânea: «Durou cerca de um ano, pois só dois dos músicos é que dávamos atenção ao projeto», recorda. Estudou nos Conservatórios de Seia e Viseu e formou-se em ensino de música pela Universidade de Aveiro (UA), onde estudou composição e música eletrónica. «Aos 14 anos já tinha decidido que queria ser compositor», salienta. Atualmente tem encomendas nacionais e internacionais, compondo música eletroacústica e instrumental e é, entre outras profissões, professor e diretor artístico do festival “Dias de Música Eletroacústica”.
«Estive na Polónia aos 19 anos e fiz um festival com uma colega maestrina e, quando regressei, fiz atividades pontuais», declara o compositor, acrescentando que, «em 2006, comecei a organizar um festival de forma mais regular». A base do projeto é Seia, mas este evento é itinerante, tendo acontecido em vários países e, em Portugal, de Paços de Brandão ao Algarve. A 18ª edição terminou em Seia no sábado e dias 14 e 15 há nova edição, no Palácio Foz (Lisboa). Entre os momentos mais marcantes da sua carreira estão três peças tocadas pela Orquestra Gulbenkian quando tinha 19 anos e uma performance num concerto dos Blasted Mechanism para três mil pessoas, mas há mais. Trabalhou com o alemão Stockhausen em cursos de verão e privou com o compositor português Emmanuel Nunes, tendo recebido três bolsas de mérito na UA. «Sou pouco ambicioso, pois a minha vida já é preenchida», afirma Jaime Reis, sustentando que «sempre me mobilizou mudar a vida das pessoas, por isso dou aulas desde os 15 anos». A ambição deste compositor é «inovar, trazer mundos sonoros novos e mudar a vida dos que me rodeiam».
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Sara Quelhas
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