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Istambul – parte 2

Bilhete Postal

Não podia deixar de continuar a falar desta impressionante experiência que foi reviver lugares onde há 23 anos me impressionara. Hamam quer dizer massagens turcas e são zonas muito de homem. Aquela rua inacreditável onde vi as mulheres nuas em bancadas expostas, com números ao peito, existe ainda e agora mais decadente, mais intransponível. Nada recomendada a turistas, como o não são os bares de “belly dance” e as discotecas. Esta rua comprova a escravatura de mulheres e o tráfico mais infame de seres humanos que se “suspeita” existir em Istambul. É o marco da diferença. Um estado policial permite zonas mafiosas por excelência. Mas hoje há espaços de bares e restaurantes lindíssimos, como em Ortakoy, perto da ponte do Bósforo, uma obra magistral de arquitectura com um finíssimo tabuleiro de metal suspenso de tirantes a partir de dois pilares longíssimos.

A escolha de lugares da noite deve ser por recomendação dos empregados do hotel. Há lugares excelentes e gente honesta, como em todo o mundo, e há imbecis retirados dos táxis do aeroporto de Lisboa. Muitos enganam e dão voltas até perfazer as liras que lhes convêm, muitos usam estratagemas a tentar mais uns tostões. Nada que não haja aqui. Roubar, por outro lado, é um pecado muito mais grave no Islão do que na Bíblia. Assim, enganar um europeu é típico e curial, fazer um bom negócio é meritório, mas roubar é infâmia que se vê menos. A condução em Istambul faz-se de forma radical, como na EN1 em 1976. Há imenso trânsito e imensas ultrapassagens no limite. Aproveito para dizer que o euro equivale a 1,8 liras turcas. Há 23 anos havia mais zeros nas liras turcas.

Por: Diogo Cabrita

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