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IPG mais procurado que em 2002

Apesar do fraco desempenho da ESTG, as escolas restantes tiveram bons resultados, com a ESEnf. e a ESTT a atingirem os cem por cento de ocupação e a ESEG 93 por cento

Apesar das 218 vagas que ficaram por preencher na primeira fase do concurso nacional de acesso, o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) teve um resultado «bastante satisfatório». Pelo menos, é essa a convicção de Jorge Mendes, presidente da instituição, que se mostra satisfeito com o facto de o IPG ter atingido cerca de 72 por cento de ocupação de vagas, tendo em conta, por exemplo, os 50 por cento que alcançou na mesma época no ano transacto. Das 769 vagas disponíveis este ano, 551 foram preenchidas e 218 ficaram para a segunda fase, que decorrerá nos meados de Outubro. O Politécnico teve assim mais 135 interessados nos seus cursos do que na mesma fase de 2002.

Das quatro escolas do IPG, duas continuam a “dar cartas” no panorama global, com uma taxa de ocupação de cem por cento logo na primeira fase: a Escola Superior de Enfermagem e a Escola Superior de Turismo e Telecomunicações (ESTT) de Seia. A primeira abriu com as habituais 80 vagas, 40 para Enfermagem e outras tantas para Enfermagem (entrada no segundo semestre), tendo sido totalmente completas. Já a ESTT aumentou o número de lugares de 80 (no ano passado) para 84 na licenciatura de Turismo e Lazer e mesmo assim também as preencheu na íntegra. Recorde-se que este curso abriu há apenas dois anos e contempla quarto vertentes: Turismo, Turismo Ambiental e Rural, Desporto, Animação e Lazer e Gestão de Empreendimentos Turísticos. João Brás, director daquele estabelecimento de ensino, diz-se «satisfeito» face ao que foi a procura da escola, mas recorda que com a abertura de Engenharia das Telecomunicações (que foi chumbada pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior por alegadamente estar a ser estudado o corpo docente) não iriam ter mais alunos mas «mais prestígio». É que o número de vagas seria aproximadamente o mesmo, pois iriam sacrificar algumas da área de Turismo. No entanto, Brás garante que o novo curso também seria «bastante procurado». «Bastante preocupado» com o adiamento do Ministério, o director diz ainda que poderia haver outra área científica já este ano, mas terá que guardar o ânimo para 2004, dado que já em Outubro a escola passará a funcionar nas novas instalações. Com dez novas salas e cinco laboratórios «deve haver hipótese de começarmos com as Telecomunicações e até Gestão Hoteleira», anseia João Brás, garantindo que apesar dos atrasos das obras de acesso ao empreendimento, no próximo mês será feita a mudança para um edifício que «de qualidade».

ESTG espera pela segunda fase

Com quase cem por cento de ocupação está também a Escola Superior de Educação. Das 240 vagas disponíveis, 233 foram ocupadas, tendo apenas a Licenciatura de Professores do Ensino Básico, variante de Educação Musical ficado aquém das expectativas. Apenas três alunos escolheram este curso que tinha 20 vagas disponíveis, levando a ESEG a ficar-se pelos 93 por cento de taxa de ocupação. Uma realidade que, para Jorge Mendes, é «extremamente positiva, senão mesmo óptima», afirma a “O Interior”. O mesmo entende Joaquim Brigas, director da instituição, que se mostra satisfeito com o cenário da ESEG, embora «estaria muito mais satisfeito» se tivessem sido aprovados os dois cursos que foram propostos pelo Conselho Científico e que «deveriam ter sido defendidos pelos órgãos competentes e pelos dirigentes da instituição, nomeadamente o presidente do instituto, que não o fez», salienta. De resto, das seis licenciaturas ministradas na ESEG, apenas uma dispõe de 17 vagas que deverão ser preenchidas na segunda fase do concurso nacional de acesso. De salientar que até o novo curso – Animação Sóciocultural – que a escola pedia aprovação há cerca de três anos, preencheu as 40 vagas propostas, além de ter abdicado de três variantes de Professores do Ensino Básico.

Já a Escola Superior de Tecnologia e Gestão foi a «mais fraca» em termos de prestação global, com apenas 45 por cento de entradas. Só a licenciatura de Marketing conseguiu preencher todos os lugares disponíveis. De resto, todas as outras ficaram muito longe do desejado, sobretudo Engenharia Informática (65 vagas disponíveis e apenas 18 ocupadas), Secretariado e Assessoria de Direcção (50 – 19) e Engenharia do Ambiente (35 – 13). Três licenciaturas que, para Jorge Mendes, tiveram «muito menos procura do que esperávamos», embora acredite que na segunda fase a situação se componha, pois são cursos que tradicionalmente «ganham mais pessoas». «Se na segunda fase conseguirmos chegar aos 55 por cento subimos a média para 80 por cento, o que seria muito bom», espera o presidente do IPG, referindo que relativamente ao ano anterior a ESTG conseguiu aumentar de 33 para 45 por cento e de 142 para 164 alunos. «Ainda é baixo mas houve aumento», constata Mendes. Confiante na segunda fase está também Constantino Rei, confirmando que esta coloca «sempre» mais alunos que a primeira e que, comparativamente aos anos anteriores, há uma tendência de crescimento: em 2001 recebeu 81 alunos, em 2002 142 e este ano 164. O director da escola diz que não vão ter tantos alunos como agora, mas se receberem mais cem já «será bom». É que na primeira fase os jovens candidatam-se primeiro às instituições do Litoral e só depois às do Interior, o que poderá levar a uma melhor prestação da ESTG. Recorde-se ainda que as licenciaturas que receberam menos alunos foram as engenharias Mecânica e Topográfica, com três e cinco alunos, respectivamente.

Rita Lopes

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