Subordinadas ao tema “Novos Paradigmas da Comunicação no Século XXI. Confrontos entre Mundos Reais e Virtuais”, decorreram na quarta-feira da semana passada as XIV Jornadas de Comunicação da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda.
Como oradores participaram os docentes/investigadores António Fidalgo e João Canavilhas (da Universidade da Beira Interior), Clara Almeida Santos (da Universidade de Coimbra) e José Maria Herranz de la Casa, Alejandro Tápia e Matias López ( Universidad Europea Miguel de Cervantes, de Espanha). Victor Rodrigues (Global Notícias), Luís Baptista-Martins (ointerior.tv), Carlos Ramalho (Localvisão) e Sérgio Duarte (Guarda Digital) foram outros dos intervenientes nesta iniciativa. “Foi você que pediu uma notícia? (Modelos de negócios para um novo ecossistema mediático)” foi o título da apresentação de João Canavilhas que sustentou a tese de que «o jornalismo é um negócio submetido às regras do mercado», daí «precisar de gerar receitas que suportem esse mesmo negócio». Nesse sentido, o docente do curso de Ciências da Comunicação da UBI apresentou um conjunto de modelos de negócio que poderão ajudar a viabilizar a comunicação social, «uma vez que neste momento estamos a atravessar um período complicado em que a informação está a convergir para a Internet», onde, em muitos casos, é disponibilizada gratuitamente.
«Há diversos modelos de viabilização, mas a verdade é que constatamos que os consumidores criaram o hábito de aceder a informação gratuita e muito dificilmente irão pagá-la. Se este movimento continuar, tememos que no futuro o jornalismo, tal como nós o conhecemos, possa vir a desaparecer», avisou. João Canavilhas sugeriu, por isso, que se estudem e investiguem modelos de negócio que, «aproveitando as tendências das novas gerações, possam permitir pagar o jornalismo para que ele continue a existir como o conhecemos», reforçou. Por sua vez, Victor Rodrigues abordou a temática “Publicidade on line: Um passo além da TV?”. Para o director adjunto de multimedia da Controlinveste, este tipo de publicidade «mais do que uma tendência, é uma realidade» cada vez mais em voga. Até porque, «à medida que há uma evolução dos dispositivos como telemóveis e i-phones, existe uma evolução dessa publicidade online, que é cada vez mais interactiva e mais avançada», tirando partido do vídeo e de ferramentas que permitem identificar o utilizador.
De resto, «é possível controlar resultados, porque há métricas associadas à publicidade online e, nunca como dantes, é possível contabilizar vários indicadores que são preciosos para quem investe e espera retorno», sublinhou. No âmbito do evento foi ainda assinado um protocolo de colaboração entre a Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas (APECOM) e a ESECD, no contexto das suas licenciaturas em Comunicação e do novo Mestrado em Marketing e Comunicação, a iniciar no próximo ano lectivo, em parceria com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão.
Ricardo Cordeiro